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Ambev (ABEV3) terá ponto de virada em 2023, mas ação ainda não vale ‘compra’, diz BofA

17 jan 2023, 16:39 - atualizado em 17 jan 2023, 16:39
Ambev JCP
Ambev deve apresentar crescimento de Ebitda de 14% na base ano a ano, avalia BofA (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O Bank of America (BofA) elevou o preço-alvo da ação da Ambev (ABEV3) de R$ 16 para R$ 16,50, na esperança de que 2023 seja um ano de reviravolta para a cervejaria após quatro anos consecutivos de contração de margem.

De acordo com o banco, a companhia deve apresentar crescimento de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 14% na base ano a ano, considerando:

  • desaceleração do custo de inflação;
  • crescimento de duplo dígito da receita por hectolitro;
  • volumes no Brasil sendo suportados pela desaceleração recente da inflação e dos auxílios do governo; e
  • retomada da demanda na América Central conforme a inflação melhora e o desempenho diminui.

“Esperamos que a margem Ebitda para as operações de cerveja no Brasil recupere 170 pontos-base em 2023”, afirmam os analistas Isabella Simonato e Guilherme Palhares, em relatório enviado a clientes nesta terça-feira (17).

Apesar disso, a recomendação do BofA ainda não é de compra. Os analistas reiteraram o rating “neutro”, de olho no potencial de valorização limitado e com expectativas negativas para os resultados do quarto trimestre de 2022.

“Esperamos que o quarto trimestre de 2022 da Ambev seja similar ao quarto trimestre de 2021, com Ebitda ajustado de R$ 6,6 bilhões, virtualmente estável no comparativo anual, mas 10% abaixo do consenso”, projetam.

Para os volumes de cerveja no Brasil, o BofA projeta aumento de 7%, com a margem Ebitda caindo 430 pontos-base no comparativo anual. Já os soft drinks (bebidas não alcoólicas) devem se beneficiar das vendas cruzadas e do lançamento de novos produtos, avalia.

Nas operações internacionais, CAC (America Central e Caribe) deve permanecer sob pressão, enquanto o Canadá sofrerá bases de comparação mais difíceis.

Além de Americanas

O mercado tem acompanhado os potenciais impactos do caso da Americanas (AMER3) sobre outras empresas da Bolsa.

Se, por um lado, o Magazine Luiza (MGLU3) “aproveita” a baixa da Americanas em um possível movimento de redirecionamento de recursos, a Ambev se encontra no limbo.

A Empiricus Research está “short” em Ambev, citando a reputação em risco da empresa, que tem como controladora a 3G, cujos sócios são acionistas de referência da Americanas.

Mas, para alguns analistas, o problema da Ambev está no conjunto de números fracos que a companhia deve apresentar na nova temporada de resultados.

Em leitura semelhante ao do BofA, o Morgan Stanley assume que os volumes de cerveja no Brasil tenham crescido 7% no quarto trimestre de 2022 ante mesmo período de 2021, “um número sólido, na nossa visão, mas significativamente abaixo das expectativas do mercado”, destaca, em relatório publicado ontem.

“Ainda achamos que é justo dizer que as expectativas envolvendo a potencial aceleração com a Copa do Mundo foram excessivamente otimistas”, dizem Ricardo Alves e Lucas Mussi, que assinam o relatório.

A Ambev caiu nos pregões seguintes ao comunicado da Americanas. Nesta terça, em movimento de recuperação, os papéis saltam quase 5%, negociados a R$ 13,85 cada.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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