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Apesar de caso Mariana, analistas continuam confiantes com Vale (VALE3); entenda

11 jun 2024, 10:42 - atualizado em 11 jun 2024, 10:42
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Para analistas, Vale e BHP devem recusar contraproposta da AGU por não atender pontos defendidos anteriormente pelas empresas (Imagem: Reuters/Washington Alves)

Na quinta-feira (06), a Advocacia Geral da União (AGU) e os governos estaduais de Minas Gerais e do Espírito Santo apresentaram uma contraproposta ao processo envolvendo BHP, Vale (VALE3) e a Samarco em relação ao rompimento da barragem de Torto, em Mariana.

As ações VALE3 fecharam o pregão de ontem (10) em alta de 1,90%.

A proposta atual tem dois pontos importantes, uma vez que aumenta o valor a ser pago, já que o adicional não pago chega agora a R$ 109 bilhões, e reduz o tempo para o prazo do pagamento, passando de 14 para 12 anos. Inicialmente, as empresas pediam 20 anos.

No total, a proposta chega a R$ 164 bilhões, pois inclui, além dos R$ 109 bilhões do adicional não pago, R$ 37 bilhões já desembolsados e R$ 18 bilhões em outras obrigações que as empresas terão que cumprir, como a retirada de rejeitos no Rio Doce.

Situação continuará gerando ruído para Vale e BHP

Segundo a Genial Investimentos, o tom usado pela AGU na publicação oficial não é apaziguador e oferece uma base comparativa de valores muito acima da proposta realizada em abril pela Vale e pela BHP, de R$ 127 bilhões.

No valor anterior, o adicional não pago era de R$ 72 bilhões, o que faz com que os analistas acreditem que o que foi considerado na contraproposta foi o que havia sido sinalizado pelas empresas, mas sem considerar o montante já desembolsado.

“Essa situação parece sinalizar que a discussão ainda tem ‘chão para andar’ e o impacto na provisão adicional pode estar sendo subvalorizado em um olhar preliminar do consenso”, afirmam.

Igor Guedes, Lucas Bonventi e Rafael Chamadoira, analistas que assinam o relatório, acreditam que a Vale e a BHP provavelmente não aceitarão a contraproposta e irão pleitear um valor mais baixo, dando continuidade às discussões e não eliminando o ruído (overhang).

Já para Rafael Barcellos, do Bradesco BBI, e Renato Chanes, da Ágora Investimentos, “apesar de as disposições adicionais, vemos um potencial acordo com as autoridades locais como um evento de redução de risco para a Vale”.

O que fazer com VALE3?

A recomendação da Genial ainda é de “compra” para as ações da mineradora, apesar da falta de definições aumentar a incerteza e gerar um ruído que afasta investidores.

Por outro lado, a corretora entende que a contraproposta apresentada revelou níveis de Valor Presente Líquido (VPL) acima do previsto inicialmente, fazendo com que a mineradora argumente para reduzir os R$ 109 bilhões.

“Isso vemos como positivo, pois ampliaria a diferença para o nosso VPL, que, embora ainda haja algum residual, teria um upside muito reduzido se as condições da contraproposta forem as definitivas”, afirmam.

Estagiária
Jornalista em formação pela Universidade de São Paulo (ECA-USP). Apaixonada pela escrita e pelo audiovisual, ingressou no Money Times em 2023.
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