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Após aquisição da LafargeHolcim Brasil, CSN Cimentos migrará foco para crescimento orgânico

10 set 2021, 16:40 - atualizado em 10 set 2021, 16:40
Com a aquisição da LafargeHolcim Brasil, a CSN Cimentos ultrapassa as metas de capacidade futura divulgadas no Investor Day do ano passado (Imagem: Facebook/CSN)

O anúncio da aquisição das operações da LafargeHolcim no Brasil pela CSN Cimentos, controlada da CSN (CSNA3), não veio como uma grande surpresa para o mercado, mas é definitivamente positivo. Analistas do Credit Suisse enxergam na transação múltiplos implícitos atrativos.

“O valor da transação implica US$ 99,50/tonelada, o que é abaixo da recente aquisição da Elizabeth Cimentos (cerca de US$ 160/tonelada) e abaixo do que nossos indicadores mostram que custaria para construir uma nova capacidade de cimento (aproximadamente US$ 250/tonelada). Na base EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda), vemos um múltiplo implícito de 9,2 vezes baseado no Ebitda esperado para 2021 ou 6,7 vezes incorporando sinergias, o que se compara a 7-8 vezes para os players de cimento da América Latina”, disse o analista Caio Ribeiro, em relatório obtido pelo Money Times.

A CSN informou, em fato relevante divulgado nesta sexta-feira (10), que o valor base do negócio é de US$ 1,025 bilhão, sujeito a ajustes de preço e valor retido em conta-caução.

A transação está em linha com a estratégia de expansão da CSN Cimentos, que vem aproveitando a recuperação do consumo de cimento no mercado brasileiro e quer se tornar destaque no setor.

As plantas da LafargeHolcim Brasil estão estrategicamente localizadas nas regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. A empresa também possui reservas de calcário e unidades de concreto e agregados em seu portfólio.

O Credit Suisse destacou que, com a aquisição da LafargeHolcim Brasil, a CSN Cimentos ultrapassa as metas de capacidade futura divulgadas no Investor Day do ano passado, de 13,3 milhões de toneladas de cimento produzidos ao ano.

A aquisição dos ativos da LafargeHolcim Brasil soma uma capacidade produtiva de 10,3 milhões de toneladas de cimento por ano à CSN Cimentos. Com o fechamento da operação, a CSN Cimentos passará a ter uma capacidade anual total de 16,3 milhões de toneladas de cimento.

Com a conclusão da aquisição, a CSN Cimentos fica à frente do próprio cronograma. Os analistas esperam ver a companhia mudando de foco a partir disso, saindo um pouco de M&As (fusões e aquisições) para se concentrar em oportunidades de crescimento orgânico. Segundo Ribeiro, a potencial oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da companhia deve pavimentar o caminho para um potencial de crescimento adicional.

Para a ação da CSN, o Credit Suisse tem recomendação de outperform e preço-alvo de R$ 62,50. O banco acredita que a geração de fluxo de caixa livre da companhia continuará robusta, levando a uma queda da alavancagem a níveis estruturalmente menores e solucionando questões de estrutura de capital do passado.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.