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Após forte volatilidade, ações do IRB despencam 11,72% em reação ao balanço

30 jun 2020, 18:00 - atualizado em 30 jun 2020, 18:10
Gangorra: depois de subir 5,5%, ações do IRB fecharam em queda de 11,72% (Imagem: Reprodução/YouTube IRB Brasil)

As ações do IRB (IRBR3) fecharam com forte queda no pregão desta terça-feira (30), em reação à divulgação do balanço do primeiro trimestre e da contratação do Bradesco BBI e do Itaú BBA para estruturar um aumento de capital.

As ações da resseguradora despencaram 11,72%, a R$ 11,00.

Aumento de capital e resultados

O IRB contratou o Bradesco BBI e o Itaú BBA para estruturar um possível aumento de capital, com o objetivo de se enquadrar nas exigências da Susep (Superintendência de Seguros Privados). Como se sabe, a autarquia detectou insuficiência de recursos do IRB para cobrir as provisões técnicas exigidas.

O lucro líquido da resseguradora caiu 92% no primeiro trimestre de 2020, a R$ 13,874 milhões, na comparação com o mesmo período do ano passado, informou a companhia à CVM nesta terça-feira (30).

Os números de janeiro a março de 2019 foram revisados de R$ 350,427 milhões para R$ 177,895 milhões.

Insustentável

Analistas acreditam que as ações da empresas são negociadas na Bolsa por valores insustentáveis, diante dos problemas revelados pela auditoria interna da resseguradora, que culminou na redução do patrimônio líquido, na diminuição dos lucros apresentados em 2018 e 2019, e num desenquadramento bilionário de provisões técnicas.

Quem melhor sintetizou que as ações do IRB, atualmente, não valem o quanto pesam foi o Credit Suisse.

IRB Brasil RE IRBR2
O preço-alvo estimado pelo Credit Suisse para a resseguradora é de R$ 43, com recomendação neutra para os papéis (Imagem: IRB Brasil RE/Facebook/Reprodução)

Em relatório assinado por Marcelo Telles, Otavio Tanganelli e Alonso Garcia, e obtido pelo Money Times, o banco afirma que “o IRB é negociado, atualmente, por um P/L (Preço-Lucro) de 3,1 vezes, precificando-o num ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido) muito maior do que aquele que a empresa parece ser capaz de gerar.”

Ainda assim, o preço-alvo estimado pelo Credit Suisse para a resseguradora é de R$ 43, com recomendação neutra para os papéis.

UBS, outro banco suíço que analisou o balanço do IRB, calcula que o ROE, no primeiro trimestre, foi de apenas 1,5%, ante os 20,9% do mesmo período do ano passado, cujos números foram revisados e, em muitos casos, reduzidos pela auditoria.

Além disso, o lucro de R$ 13,8 milhões ficou muito abaixo do que os analistas aguardavam. Segundo o Credit Suisse, o consenso de mercado era um lucro de R$ 205 milhões.

Na amostra do UBS, o consenso era de R$ 234 milhões. Mas, qualquer que seja a régua, o fato é que nenhum dos bancos gostou do resultado tão exíguo.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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