Exportações

Argentina prepara mais impostos sobre exportações de soja

27 fev 2020, 14:32 - atualizado em 27 fev 2020, 14:32
Soja
A Argentina é a terceira maior produtora mundial de soja, usada na fabricação de ração e óleo de cozinha (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Muitos dos agricultores da Argentina ainda sofrem com o aumento de impostos sobre exportações agrícolas no fim do ano passado. Agora, o governo prepara outra subida de impostos, recorrendo ao setor agrícola em expansão para tentar lidar com problemas de orçamento.

A Argentina planeja aumentar os impostos sobre as exportações de soja enquanto tenta reduzir o déficit fiscal, segundo pessoas a par do assunto. Os impostos devem subir para 33% em relação à alíquota atual de 30%, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas.

A medida marcaria o segundo aumento dos impostos agrícolas desde que o presidente Alberto Fernández assumiu o comando pouco mais de dois meses atrás. A política reverte a postura de apoio aos agricultores do governo anterior. A Argentina é a terceira maior produtora mundial de soja, usada na fabricação de ração e óleo de cozinha.

Um porta-voz do Ministério de Desenvolvimento Produtivo da Argentina não quis comentar sobre o possível aumento de impostos, assim como o Ministério da Economia. Porta-vozes do Ministério da Agricultura não responderam imediatamente às ligações pedindo comentários.

Políticas de Fernández

Fernández assumiu o cargo em 10 de dezembro em meio a uma grave crise econômica. Aumentar impostos sobre commodities agrícolas era uma maneira de ajudar a reduzir o déficit fiscal da Argentina, disseram as pessoas. A vice-presidente Cristina Kirchner também está familiarizada com as políticas de impostos.

Quando Kirchner deixou a presidência em 2015, as exportações de soja eram tributadas em 35%, o milho em 20%, e o trigo em 23%.

A Argentina tenta captar recursos para pagar credores. O Fundo Monetário Internacional já emprestou ao país a maior parte da linha de crédito recorde de US$ 56 bilhões. Fernández disse que o país não pode cumprir suas obrigações de dívida se a economia não crescer. Um porta-voz do FMI não quis comentar.

Embora o momento do anúncio ainda não esteja claro, a Argentina já suspendeu temporariamente seu sistema de registro de exportação, uma medida que, segundo operadores, sinaliza que mudanças nos impostos estão a caminho.

O aumento de 3 pontos percentuais pode render US$ 500 milhões aos cofres argentinos com base nas expectativas para a safra atual, estimada em cerca de 53,1 milhões de toneladas. O imposto será aplicado à soja colhida atualmente e aos estoques da temporada anterior armazenados em silos, disseram as pessoas.

Os estoques da safra anterior totalizam entre 5 milhões e 7 milhões de toneladas.

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