Mercados

As 5 principais notícias do mercado internacional desta quarta-feira

26 fev 2020, 10:39 - atualizado em 26 fev 2020, 10:39
Mercados Wall Street NYSE
Os mercados de ações em Wall Street provavelmente abrirão novamente em baixa, mas com perdas menores do que nos dois dias anteriores (Imagem: REUTERS/Bryan R Smith)

O coronavírus se espalhou por toda a Europa e oeste da Ásia, causando mais perdas nas bolsas de valores regionais e garantindo suporte firme aos títulos do governo e ouro.

O Brasil confirmou primeiro caso de coronavírus em São Paulo. A bolsa brasileira vai abrir às 13 horas, sob expectativa de perdas do Ibovespa após dois dias de tombo – durante o Carnaval – no ETF que contém as principais ações brasileiras na bolsa de Nova York.

O dólar se fortaleceu na segunda-feira em reação ao surto de coronavírus na Itália, mas arrefeceu sua força na terça-feira. Com isso, o mercado aguarda a movimentação do dólar em relação ao real, com expectativa de como o Banco Central vai realizar intervenções em uma alta abrupta na moeda americana.

Os mercados de ações em Wall Street, no entanto, provavelmente abrirão novamente em baixa, mas com perdas menores do que nos dois dias anteriores. Os principais índices enfrentarão um teste inicial com os resultados de TJX e da Lowe’s.

Já os preços do petróleo atingiram uma mínima de 13 meses e voltaram a ser negociados abaixo de US $ 50 por barril,

Aqui está o que você precisa saber nos mercados financeiros na quarta-feira, 26 de fevereiro.

1. Europa se prepara para pandemia

A Europa se prepara para a disseminação do coronavírus Covid-19 no continente, já que a Itália notificou 19 novos casos na região da Lombardia e mais uma morte, que elevou o número de óbitos decorrente da doença a 11 no país. A França anunciou a primeira morte de um paciente sem ligações de viagem à China, enquanto Croácia, Áustria e Suíça confirmaram seus primeiros novos casos.

Na Espanha, a capital Madri e a segunda maior cidade de Barcelona relataram seus primeiros casos, enquanto mais de 700 turistas permanecem presos em um hotel em Tenerife, nas Ilhas Canárias.

O índice pan-europeu Stoxx 600 atingiu a mínima de 1,1% na sessão, menor nível em quase quatro meses, depois que os gigantes Diageo e Danone e a mineradora Rio Tinto alertaram sobre os impactos dos vírus neste ano vendas. Às 08h55, o índice europeu operava com queda menor, de 0,91%.

rendimento dos títulos do governo alemão em 10 anos atingiu -0,53% com os mercados precificando outro corte de 10 pontos base na taxa de depósito do BCE. Às 08h55, o rendimento dos títulos de 10 anos do governo alemão se elevou para 0,502%. O euro manteve-se estável em US$ 1,0878.

2. Brasil confirma primeiro caso de coronavírus; mercado abre às 13h00 após Carnaval

Coronavírus
A confirmação do primeiro registro de coronavírus no país – o primeiro na América Latina – deve intensificar as perdas no mercado acionário local após dois dias fechado devido ao Carnaval (Imagem: REUTERS/Pilar Olivares)

Um homem de 61 anos que esteve na Itália entre 09 e 21 de fevereiro (que coincide com o período de intensificação do coronavírus no país) foi diagnosticado com a doença. Ele está internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo.

A confirmação do primeiro registro de coronavírus no país – o primeiro na América Latina – deve intensificar as perdas no mercado acionário local após dois dias fechado devido ao Carnaval, quando os principais índices globais tiveram fortes perdas devido a incertezas à economia mundial com a propagação do coronavírus. A bolsa brasileira deve iniciar os negócios hoje às 13 horas.

O índice de ações brasileiras negociados em Nova York recuou nos dois dias de mercado fechado no Brasil, afetado também pela apreensão com o novo coronavírus e seus potenciais efeitos na atividade econômica global. O iShares MSCI Brazil, fundo de índice (ETF) de ações brasileiras negociados nos EUA fechou com queda de 4,99% e 1,41% na segunda e terça-feira, respectivamente.

Há expectativa quanto à elevação do dólar frente à moeda brasileira. A moeda americana se fortaleceu ante pares no exterior na segunda-feira, com o Índice Dólar renovando as máximas de 3 anos ao atingir pico de 99,63 na segunda-feira, embora tenha caído ontem para 98,97.

O Banco Central deve intervir no mercado cambial até quando achar necessário, de acordo com nota do Blog do Vicente do jornal Correio Braziliense. A nota diz que a autoridade monetária já estava com planos de agir devido ao clima de aversão ao risco no exterior nos dois dias de mercado fechado, mas a confirmação do primeiro caso de coronavírus no Brasil agravou a situação e prontificou o Banco Central a reforçar seu arsenal para conter qualquer movimento de pânico na reabertura dos mercados.

Estima-se que o dólar pode chegar a R$ 4,50 na sessão de hoje, de acordo com o blog. A nota traz também a apreensão do Palácio do Planalto, com os assessores do presidente Jair Bolsonaro discutindo o custo político de um dólar a R$ 5.

3. Medidas de estímulo falham para reverter desaceleração na Ásia

Hong Kong divulgou um orçamento altamente estimulante para o próximo ano, que incluía doações diretas de mais de US$ 1.200 para cada adulto que seja residente permanente. O estímulo visava estabilizar uma economia em queda livre devido aos protestos pró-democracia, que duram meses, e medidas de contenção do vírus. No entanto, o orçamento falhou em tranquilizar o mercado de ações local, que caiu 0,7%, para uma mínima de três semanas.

Os mercados da China continental também caíram, com o SZSE, índice referência em tecnologia, caindo 3,0%, embora a China tenha relatado seu menor número de novos casos de coronavírus em três semanas.

Na Coreia do Sul, país com maior surto de coronavírus fora da China, o índice KOSPI de caiu 1,3%, o menor nível desde o início de dezembro, depois que o país registrou quase 300 novos casos, incluindo um soldado dos EUA estacionado em uma base militar americana. O Kuwait e o Irã relataram aumentos significativos no número de mortos.

4. Mercados dos EUA devem abrir em queda

Os três principais índices de Wall Street devem abrir em queda, após reverter as perdas durante a madrugada no início da manhã. Às 09h30, o contrato futuro do Dow 30 caía 42 pontos ou 0,15%, enquanto o contrato futuro do S&P 500 perdia 0,02% e o contrato Nasdaq 100 cedia 0,08%.

Após o sinal de fechamento, haverá um exame minucioso dos ganhos da Booking.com, dada a exposição particular do setor de viagens ao vírus. Os varejistas Lowe’s e TJX também devem divulgar balanço.

A Virgin Galactic também estará em foco depois de cair 6,4% nas negociações após o horário comercial, devido ao balanço de resultados que lembrou ao mercado o quão longe ainda está a viabilidade comercial de viagens turísticas ao espaço. Por outro lado, os ganhos trimestrais do Salesforce superaram as expectativas na terça-feira.

dólar atingiu novos máximos em relação a moedas de países exportadores de petróleo, como o rublo russo, o dólar australiano e o kiwi, bem como a lira turca (Imagem: Unsplash/@nbmat)

dólar atingiu novos máximos em relação a moedas de países exportadores de petróleo, como o rublo russo, o dólar australiano e o kiwi, bem como a lira turca, mas o índice do dólar que o mede contra uma cesta de pares da economia desenvolvida ficou estável em 99,013

5. O petróleo cai abaixo de US$ 50 por barril

Os contratos futuros de petróleo WTI caíram abaixo de US$ 50 por barril, atingindo uma mínima intradiária de US$ 49,01, que foi a sua marca mais baixa desde o início de janeiro do ano passado. Às 09h35, eles haviam se recuperado ligeiramente para US $ 49,19 por barril, queda de 1,42% no dia, após ter atingido US$ 49,49 mais cedo..

O contrato futuro de referência global Brent caía 1,71%, para US$ 53,33 por barril.

Os preços receberam pouco apoio dos dados do American Petroleum Institute, mostrando que os estoques de petróleo dos EUA subiram menos do que o esperado na semana passada. A API relatou um aumento de estoque de 1,2 milhão de barris em vez do aumento esperado de 2,0 milhões de barris. O governo dos EUA libera dados oficiais de estoques 12h30.

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