Mercados

Aversão a risco no exterior abre espaço para correção negativa do Ibovespa

27 mar 2020, 11:53 - atualizado em 27 mar 2020, 11:53
Ibovespa B3
Até véspera, o Ibovespa subia quase 16% na semana (Imagem: Amanda Perobelli)

A bolsa paulista sinalizava uma sessão de correção nesta sexta-feira, após três pregões consecutivos de altas relevantes do Ibovespa, conforme os mercados permanecem voláteis no mundo refletindo dúvidas sobre a pandemia do novo coronavírus.

Às 11:53, o Ibovespa (IBOV) caía 5,20%, a 73.668,59 pontos. O volume financeiro somava 5,47 bilhões de reais.

Até véspera, o Ibovespa subia quase 16% na semana, apoiado em recuperações técnicas e esforço global para a contenção dos efeitos da covid-19 nas economias.

Nesta sessão, contudo, os pregões na Europa e futuros acionários norte-americanos voltavam a refletir movimentos de aversão a risco em razão da pandemia do vírus. Os preços do petróleo no exterior também recuavam.

“O mercado começa a analisar os reais impactos dos pacotes de medidas aprovados para combater a pandemia, além disso, os EUA continuaram o avanço no número de infectados… passando China e Itália”, citou a Terra Investimentos.

Para os analistas Régis Chinchila e Sandra Peres, o Ibovespa deverá manter sua forte volatilidade, acompanhando o mercado externo, conforme nota a clientes.

EUA Congresso Washington Capitólio
A Câmara dos Deputados dos EUA deve votar nesta sexta-feira o pacote de 2 trilhões de dólares (Imagem: Reuters/Tom Brenner)

Nos Estados Unidos, a Câmara dos Deputados deve votar nesta sexta-feira o pacote de 2 trilhões de dólares em estímulos econômicos em resposta aos efeitos da pandemia.

Já parlamentares da União Europeia adiaram na quinta-feira em duas semanas o prazo para chegar a um acordo abrangente sobre um pacote de resgate econômico.

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estimou nesta sexta-feira que cada mês que as principais economias passam em confinamento diminuirá em 2 pontos percentuais o crescimento anual.

Destaques

Localiza (RENT3) caía 11,6%, entre as maiores quedas, em meio a preocupações sobre o efeito de ações de quarentena nos resultados de empresas, que levou à paralisação de várias atividades no país.

Braskem (BRKM5) recuava 5,9%, também em sessão de ajustes, após acumular valorização de mais de 90% nos últimos três pregões.

Sabesp (SBSP3) avançava 1%, entre as poucas altas da sessão, tendo no radar resultado do quarto trimestre, que apesar da queda no lucro, ficou acima do esperado, com crescimento no volume faturado de água e esgoto.

Petrobras (PETR4) cedia 6,7%, acompanhando o declínio dos preços do petróleo no mercado externo.

Vale (VALE3) perdia 4,7%, conforme os contratos futuros de minério de ferro na China marcaram sua primeira queda semanal em quatro nesta sexta-feira, com o aumento das consequências econômicas da pandemia de coronavírus.

Bradesco (BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4) recuavam 6,5% e 6,1%, respectivamente. Banco do Brasil (BBAS3) caía 7,8% e Santander (SANB11) cedia 8,75%.

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