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BB revisa estimativas para BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3); vale comprar?

08 jan 2024, 14:05 - atualizado em 08 jan 2024, 14:05
brf marfrig
A Marfrig passou a deter mais da metade do total de ações da BRF, assegurando o papel de acionista controlador (Imagem: Pixabay/ Montagem: Money Times)

O BB Investimentos revisou suas estimativas para as ações da  BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3) após os últimos movimentos para as ações.

De acordo com o banco, as ações da BRF acumularam forte valorização em 2023 (67% versus 22% do Ibovespa), performance que foi especialmente positiva no segundo semestre após:

  1. A conclusão da oferta pública primária de ações, em julho, que atenuou parte do risco do elevado endividamento da empresa com a entrada de R$ 5,4 bilhões no caixa;
  2. Pressão compradora da Marfrig, cuja participação no capital da BRF passou de 33,33% em julho para 50,06% em dezembro.

Apesar de estar no controle da BRF há quase dois anos, quando indicou o atual Conselho de Administração, somente agora a Marfrig passou a deter mais da metade do total de ações da empresa, assegurando o papel de acionista controlador.

O cenário mais benéfico para o consumo de processados no Brasil e a queda de preços dos grãos corroboram com expectativas mais positivas em relação à rentabilidade da BRF ao longo deste ano, em linha com a melhora dos resultados apresentados nos últimos trimestres, que já mostraram ganhos de eficiência capturados pelo processo de reestruturação operacional em andamento.

No entanto, o BB adota premissas mais conservadoras no segmento internacional, cuja recuperação de margens parece mais desafiadora no curto prazo, e consideramos que os fatores positivos do cenário mais benéfico e dos resultados da reestruturação já estão refletidos no forte desempenho recente do papel.

Neste contexto, o preço-alvo 2024 para BRFS3 passou para R$ 16,00/ação (antes R$ 14,00), com recomendação neutra para a ação.

Marfrig em 2024

No caso da Marfrig, as margens dos negócios na América do Norte devem continuar pressionadas em 2024 diante de um cenário de menor disponibilidade de animais para abate.

O momento de virada do ciclo pecuário na região ainda é incerto, o que nos mantêm cautelosos em relação às estimativas para esta unidade de negócios, que impacta de forma relevante o resultado consolidado da empresa.

De acordo com a expectativa da companhia, a venda das unidades de abate da América do Sul à Minerva pode ser concluída ao longo do primeiro semestre deste ano e, assim, a Marfrig estará mais concentrada na produção de processados – mantendo as unidades industriais na região e considerando a participação da BRF no resultado consolidado.



Como a transação ainda está em análise no CADE, o BB não incorporou tais premissas em seu modelo, mas manteve a visão positiva da época em que o negócio foi divulgado: um alinhamento estratégico coerente da Marfrig em focar no portfólio de processados, após os investimentos realizados nos últimos anos, enquanto endereça parte da sua necessidade de desalavancagem financeira com a entrada de R$ 7,5 bilhões no caixa.

Por outro lado, as decisões de alocação de capital da Marfrig (de destinar o valor já recebido, R$ 1,5 bilhão, para aumentar sua participação na BRF, por exemplo) não se alinham ao cenário adverso dos negócios da América do Norte, que demandariam maior cautela e preservação da liquidez.

Neste sentido, o preço-alvo para MRFG3 mudou para R$ 12,00/ação (antes R$ 10,90) em 2024, com recomendação neutra.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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