Banco Central Europeu (BCE)

BCE deve manter altas de juros até meados de 2024 e UE precisa apertar política fiscal, diz FMI

28 abr 2023, 9:34 - atualizado em 28 abr 2023, 9:34
BCE
A inflação nos 20 países que usam o euro foi de 6,9% em março em relação ao ano anterior, mas o núcleo da inflação, que exclui grandes oscilações nos preços de energia e alimentos, foi ainda maior em 7,5% (Imagem: REUTERS/Wolfgang Rattay)

O Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu ao Banco Central Europeu (BCE) nesta sexta-feira que continue elevando os juros até meados de 2024 e aos ministros das Finanças da União Europeia que apertem a política fiscal em uma ação coletiva para reduzir a inflação alta.

O chefe do Departamento Europeu do FMI, Alfred Kammer, disse antes de uma reunião de ministros das Finanças da UE e presidentes de bancos centrais em Estocolmo que a inflação é a maior preocupação.

“Nossa principal recomendação de política é derrotar a inflação e isso significa que precisamos usar o instrumento da política monetária. Para o BCE, isso significa mais aperto, aperto por mais tempo — estimamos até meados de 2024 — para trazer a inflação para a meta em algum momento de 2025”, disse Kammer.

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A inflação nos 20 países que usam o euro foi de 6,9% em março em relação ao ano anterior, mas o núcleo da inflação, que exclui grandes oscilações nos preços de energia e alimentos, foi ainda maior em 7,5%.

Para reduzir a inflação para sua meta de 2%, o BCE tem elevado agressivamente os juros, levando-os de zero em meados de 2022 para 3,5% em março, mas poucos nos mercados financeiros esperam que o aperto monetário continue além de 2023.

Dados econômicos de toda a zona do euro nesta sexta-feira pintaram um quadro misto para o crescimento e a inflação, potencialmente tornando a decisão do BCE sobre a taxa de juros na próxima semana — considerando uma alta de 25 ou 50 pontos-base — mais difícil.

Kammer disse que os ministros das Finanças da UE tiveram que apoiar o BCE ao reduzir o estímulo fiscal à economia durante a pandemia da Covid-19 e depois continuaram em meio a crise de custo de vida desencadeada pela invasão russa da Ucrânia.

“A inflação não pode ser tratada apenas pelo banco central, você precisa de uma política fiscal para apoiá-la”, disse Kammer, acrescentando que uma redução substancial esperada nos déficits orçamentários em 2023 nos países da UE não se concretizou porque os pacotes do governo para apoiar os cidadãos contra os altos preços de energia foram estendidos.

“Quando você tem uma contribuição fiscal, isso significa que o aperto (do BCE) não precisa ser tão alto, significa que os juros podem ficar mais baixos, isso significa menos estresse financeiro.”

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