Ibovespa Bitcoin (BTC) sobe e altcoins saltam; momento é de retomada?
O bitcoin (BTC) alcançou um novo recorde mensal na manhã desta segunda-feira (18). O valor de US$ 22.430 foi alcançado depois de semanas de instabilidade.
Após longas semanas de lateralização e queda no mercado cripto, o Bitcoin (BTC) puxa grande parte das criptomoedas e tokens de utilidade com ele.
A semana começou trazendo esperança para grande parte dos investidores. Os recentes aumentos nas duas maiores criptomoedas – Ethereum (ETH) e Bitcoin – puxaram uma valorização em outras altcoins (criptoativos menores), levando a capitalização do mercado de criptomoedas de volta para US$ 1 trilhão – primeira vez desde 13 de junho.
Por que Bitcoin e demais criptomoedas estão subindo?
Lucas Passarini, analista de criptoativos do Mercado Bitcoin, diz que não acredita que essa alta irá se manter. De acordo com ele, o que tem puxado o movimento de alta no mercado é a narrativa de que o Federal Reserve – Banco Central dos Estados Unidos – não irá aumentar a taxa de juros em 1%.
A expectativa ainda é de 0,75%, e isso resulta em maior folga para que investidores tomem mais riscos, conforme diz.
“No que tange o mercado de criptoativos, desde o dia 14 de julho, tivemos uma pequena ‘altseason’ – período de valorização entre as altcoins -, e observamos o Bitcoin perdendo dominância no mercado. Contudo, embora algumas altcoins tenham superado resistências locais, o Bitcoin ainda tenta se manter acima de US$ 22 mil”, comenta.
Alta nas criptomoedas é sustentável?
Para o analista, a alta pode ser uma armadilha no curto prazo, uma vez que ainda não aconteceram mudanças no cenário macro. A inflação continua alta, o Fed vai continuar subindo juros, assim como o Banco Central Europeu (BCE).
“Eu não acredito, olhando o contexto macroeconômico, que estamos em um ensaio para uma retomada de alta. SPX e Nasdaq também estão tendo um dia positivo, mas ainda estão passando por uma região de consolidação de preço”, explica.
As criptomoedas podem estar desacoplando dos mercados tradicionais e valorizando substancialmente, mas Passarini diz não acreditar que o movimento continue. “É preciso um alívio substancial no cenário macroeconômico.”
“O mercado caiu bastante, e pode ser um movimento natural do mercado de correção para essa queda. Se o Bitcoin superar US$ 23 mil, ele vai encontrar resistência a partir dos US$ 26 mil caso a alta continue. O Ethereum ainda poderia chegar nos US$ 1.700 se prosseguir essa alta”, completa.
O analista deixa claro que, em sua opinião, toda a conjuntura macroeconômica ainda perdura, e, o que está causando um alívio é que talvez o próximo aumento de juros do Fed não seja alarmante e se mantenha próximo dos 0,75%.
“Mas ainda é pouco para manter essa alta”, ressalta Passarini.
Para ele, é possível que a alta se mantenha por uma semana, mas descarta que os movimentos corretivos de quedas já tenham chegado ao fim.
João Marco Cunha, gestor de portfólio da Hashdex, comenta que “é mais do mesmo”. Para ele, desde a semana passada, foi possível observar a diminuição do medo de um possível aumento mais forte na taxa de juros.
“Como sempre, cripto reagiu com uma magnitude maior. É muito mais uma questão macro, do que interna do mercado de cripto”, diz.
Cunha comenta que, para esse movimento continuar, depende do cenário macro; mas, se houver mais surpresas negativas, é provável que esses ganhos sejam revertidos.
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