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Boi no MS supera o paulista, sinal de entressafra montada à espera de acabar os animais a termo em São Paulo

20 ago 2021, 16:52 - atualizado em 20 ago 2021, 17:07
Boi Carnes Commodities Agronegócio Pecuária
Valor do boi não está resistindo em São Paulo e os preços da baixa oferta ainda não ganharam musculatura contra as vendas fracas de carne (Imagem: Unsplash/@shanish87)

O boi gordo de São Paulo está mais barato que no Mato Grosso do Sul e marca um fato quase inédito no mercado quando se compara os preços do maior centro consumidor (e rebanho menor) com os dos outros estados.

Mas talvez não seja uma total má notícia: como já pode estar se refletindo do outro lado da fronteira estadual, a forte queda da oferta de entressafra, quando acabarem os bois contratados a termo pelos frigoríficos paulistas, o que não deverá passar de setembro, as cotações ficarão mais vigorosas.

No levantamento da Scot Consultoria, o animal paulista a R$ 308,50, livre de imposto, tem em torno de R$ 2,00 a menos que em Campo Grande e em Dourados, somente ganhando de Três Lagoas.

Vários produtores confirmam essa diferença, embora vejam os preços nominais acima, em torno dos R$ 315 e R$ 317.

Para os outros estados com boa boiada, Minas, Goiás e Mato Grosso, o diferencial de base encurtou muito, o que demonstra, igualmente, a inviabilidade de os frigoríficos trazerem animais para morrer em São Paulo, pagando ICMS e frete.

As indústrias sentem a pressão do atacado e varejo, tanto que houve recuo da carcaça casada para R$ 19 o quilo, e conseguiram aliviar a pressão de compra – mesmo para o básico – com o gado contratado a termo meses atrás de grandes confinadores.

Mas se os outros estados estão mantendo a firmeza no preço da @, sinal de que a entressafra está favorecendo os produtores, com a disponibilidade de animais acabados ficando mais enxuta, com a seca dos pastos.

Quando começar a cessar a oferta de animais de cocho em São Paulo, deverá haver reversão da tabela, mesmo que moderadamente pela pouca evidência de correspondência de consumo no resto da cadeia.

 

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.