Mercados

Brasil é ‘peça bonitinha’ entre mercados globais com ciclo de alta do Fed, diz Citi

12 dez 2022, 12:09 - atualizado em 12 dez 2022, 12:09
Ibovespa
Mercados no Brasil devem viver onda otimista na virado do ano, com cenário mais estável (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Brasil deve começar 2023 com um ambiente mais positivo em relação aos mercados internacionais. E essa dinâmica mais estável aos ativos de risco locais tende a atrair recursos estrangeiros, favorecendo principalmente o dólar e a renda fixa.

Essa é a previsão do head de global markets do Citi, Eduardo Miszputen. Para ele, essa “onda otimista” deve-se ao fato de o Brasil entrar no ano que vem com um cenário mais previsível já com o novo governo, em um momento em que o Federal Reserve continuará subindo os juros.

“O Brasil é a peça bonitinha da equação entre ciclo de aperto lá fora versus transição de governo aqui”, afirmou Miszputen, durante evento para jornalistas. O Money Times participou a convite.

Para o head de global markets do Citi, esse momento favorável deve atrair o apetite dos “gringos” logo na virada do ano.  “Estou mais otimista com o cenário de atração de recursos de capital externo no curto prazo”, diz.

Dólar é termômetro

Porém, ele alerta que também se trata de um capital mais especulativo, que sai mais rápido. “O dólar é um termômetro relevante para essa entrada e saída de recursos”, observa. 

Em um cenário doméstico mais positivo, o dólar deve atingir o ponto mais baixo da estimativa do Citi, ao redor de R$ 5,10. Porém, quando o Fed concluir o ciclo de alta dos juros, em maio de 2023, deve haver um reequilíbrio, com a moeda indo a R$ 5,40.

“O começo de ano parece ser mais encaixado para o Brasil”, afirma o head do Citi. 

Renda variável menos atrativa

Outra equação coloca a renda fixa mais atraente que a renda variável. “A curva de juros futuros têm prêmio mais atrativo, enquanto a bolsa brasileira tem oportunidades mais setoriais”, avalia Miszputen.

Entre eles, as ações ligadas ao consumo doméstico devem sofrer. Já os papéis de empresas estatais enfrentam um cenário complexo. 

O head de global markets do Citi reconhece que o Ibovespa parece estar abaixo do preço dos concorrentes internacionais, mas não vê nova migração da renda fixa para renda variável. “Os 120 mil pontos em 2023 é provável”, estima.

Mercado mais volátil

Seja como for, fica o alerta: prepare-se para um intenso vaivém nos mercados financeiros em 2023. Ao menos não será nada muito diferente do que se viu em 2022. “Será um ano volátil, sem tendência clara, feito de ciclos e oportunidades”, prevê Miszputen

Para ele, os ativos de risco locais vivem uma volatilidade desde o fim do terceiro trimestre deste ano, alternando reação ao cenário local e externo, com pontos mais altos e mais baixos. “Com isso, as posições não são tão direcionais”, observa.

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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