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Câmbio deve aos poucos reagir a ajuste em diferencial de juros, diz Serra, do Banco Central

15 out 2021, 11:31 - atualizado em 15 out 2021, 11:39
Banco Central
Segundo Serra, a redução do endividamento externo pelas empresas tem ocorrido nos últimos anos –outra variável a impactar o câmbio–, mas esse processo tem data para acabar (REUTERS/ Ueslei Marcelino)

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, reconheceu que o país trabalhou com nível de diferencial de juros “muito baixo” durante a pandemia, mas afirmou que o ajuste agora tem sido feito “muito rápido”, em referência ao ciclo de aperto da Selic, e que a expectativa é que o câmbio aos poucos reaja a esse processo.

Ao participar de evento organizado pela gestora Upon Global, ele também afirmou que o desafio fiscal que o Brasil tem pela frente tem influenciado o câmbio, mas que uma sinalização boa nesse front fará o dólar perder força frente ao real, com o câmbio voltando a responder ao diferencial de juros.

Segundo Serra, a redução do endividamento externo pelas empresas tem ocorrido nos últimos anos –outra variável a impactar o câmbio–, mas esse processo tem data para acabar. Ele pontuou que a indicação recebida pelo BC das empresas é que isso deve ser revertido no ano que vem.

“Esses dólares voltam a entrar para Brasil irrigando mercado local”, disse ele, estimando que cerca de 20 bilhões de dólares ao ano deixaram de ingressar nos últimos dois anos.

Serra lembrou ainda que a demanda por dólares em função do desmonte do overhedge pelos bancos também terminará este ano, ajudando a sustentar a expectativa de um mercado de câmbio mais líquido no ano que vem.