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Campeã da Bolsa americana, com BDR na B3, subiu 110% no ano; ainda dá tempo de embarcar?

23 maio 2023, 16:05 - atualizado em 23 maio 2023, 17:14
Nvidia, Empresas, Tecnologia
A Nvidia se tornou uma peça chave para as empresas na corrida por IA. (Imagem: REUTERS/Robert Galbraith)

Nem Apple, nem Tesla, nem Amazon. A maior alta do ano no S&P 500 pertence a outra ação de tecnologia, talvez menos conhecida do investidor.

Trata-se da Nvidia (NVDA), empresa com sede na Califórnia que vem pavimentando seu status como player central da AI frenzy que pauta os mercados.

O papel que começou 2023 sendo precificado a US$ 143,15, agora é negociado US$ 309,59 na Bolsa de Nova York; isso implica uma valorização de 109%. O BDR NVDA34, listado na B3, também subiu bastante, 101% desde o primeiro dia de janeiro.

Mas como explicar o furor em cima dessa companhia? A resposta é: praticamente todas as grandes empresas que avançam em inteligência artificial neste momento estão procurando a Nvidia para supri-las com o hardware necessário.

Para cumprir as tarefas de estocagem, processamento e reorganização de dados que os supercomputadores de Big Techs fazem, é necessária a utilização de chips ultra avançados. É neste meio que a empresa californiana não só atua, como também se coloca em uma posição confortável frente a competidoras, como a Micron (MU) e a Intel (INTC).

Segundo relatório de março do Goldman Sachs, uma das frentes mais promissoras desenvolvidas pela Nvidia — e que ajudam a explicar o sucesso recente no mercado da companhia — é a nova geração de data centers. 

Os data centers são centros computacionais físicos que dão sustento a formas de computação acelerada, integrando hardware a software. Assim, eles são utilizados pelas grandes companhias para a implementação de suas cargas de trabalho.

Nvidia no 1T23: números podem testar rali do ano

Nos holofotes do mercado de capitais, a Nvidia programou a divulgação dos seus resultados corporativos do primeiro trimestre para esta quarta-feira (24), após o fim do pregão.

Porém, o alerta dos analistas é que a empresa pode não corresponder às altas expectativas geradas pelo rali do ano. De acordo com a Investopedia, a fabricante de chips pode apresentar um lucro até 8% menor na comparação anual. Além disso, projeta-se que a receita caia 21%, na maior contração desde 2019.

Resultados do primeiro trimestre são resquícios da crise de demanda por semicondutores que caracterizou o mercado de alta tecnologia ao longo de 2022. Um reflexo do acúmulo de juros, à toque do aperto monetário conduzido pelo Federal Reserve.

Um ponto otimista dos números deve se ancorar justamente na linha dos data centers, com crescimento projetado de 3%, aos US$ 3,99 bilhões. O dado vem ao encontro de uma declaração do CEO Jensen Huang no penúltimo mês, apontando que a empresa registrou uma aceleração em demanda para os produtos de IA.

A Nvidia detém 90% do mercado de data centers e, inclusive, forneceu a matriz de processamento gráfico (GPUs) utilizada pela OpenAI para o treinamento do próprio ChatGPT.

‘Precificada à perfeição’

Apesar dos desenvolvimentos promissores da Nvidia na área de IA, tida como a ferramenta mais poderosa do mundo hoje em dia, o rali esticado da ação nos últimos cinco meses trazem dúvidas se esta oportunidade já foi.

Para William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, o problema para a empresa daqui em diante é que ela foi “precificada à perfeição”. As ações são negociadas a múltiplos elevados de lucro e de vendas.

“Para justificar esse valuation, a empresa terá de entregar muito crescimento. Resultados quase perfeitos”. Por essa razão, o estrategista acredita que investidor no papel pode ser uma estratégia sem tanto retorno no momento.

As ações da Nvidia bateram, ao largo, o desempenho do S&P 500 geral e do S&P 500 Tech. Os índices sobem, respectivamente, 9% e 25,5% no ano.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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