Economia

Campos Neto deixa alerta para governo sobre meta fiscal; confira

09 nov 2023, 9:54 - atualizado em 09 nov 2023, 9:54
Campos Neto Fiscal
Rumores de mudanças na meta fiscal de zerar o déficit público preocupam o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central deixou claro que o embate entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministro da Fazenda Fernando Haddad sobre a meta do arcabouço fiscal de zerar o déficit público pode impactar a política monetária.

Mas na dúvida, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, achou melhor reforçar o aviso. Durante uma palestra ontem em Nova York, o dirigente afirmou que uma eventual alteração da meta fiscal pode gerar incertezas, além de abrir espaço para a interpretação de que o objetivo de equilíbrio fiscal foi abandonado.

“Mudar a meta fiscal agora gerará muita incerteza […] Se você não tiver um alvo, as pessoas podem interpretar que sua meta fiscal foi abandonada”, disse Campos Neto.”A questão é: gastar mais significa o quê?”, questionou.

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O presidente do BC lembrou que mudanças na meta de resultado primário podem impactar o prêmio de risco do país, o que por sua vez tem impacto na taxa Selic.

Na segunda-feira (7), Campos Neto já tinha se posicionado contrário à mudança da meta fiscal. Durante um evento, ressaltou que, caso a meta não seja cumprida, isso irá gerar uma expectativa de piora no cenário inflacionário.

O que o governo Lula planeja para a meta fiscal?

Nos últimos dias, a questão fiscal voltou para o radar do mercado após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmar que “dificilmente” o governo chegará à meta fiscal de zerar o déficit público em 2024, indo contra todo o trabalho da equipe econômica e do ministro Fernando Haddad.

Desde então, Haddad vem tentando convencer o governo de que a meta deve ser mantida. A regra estabelecida pelo arcabouço fiscal determina que a equipe econômica vai zerar o déficit público já no ano que vem. Além disso, também é estabelecido superávit para os anos de 2025 e 2026.

No entanto, Lula parece estar irredutível. Durante uma reunião com outros ministros mais na sexta-feira (03) sobre infraestrutura, Lula teria voltado a criticar a meta – sinalizando que a sua decisão talvez já tenha sido tomada.

“Para quem está na Fazenda, dinheiro bom é dinheiro no Tesouro. Para quem está na Presidência, dinheiro bom é dinheiro investido em obras”, teria dito o presidente, segundo informações do Broadcast.

A solução que Haddad busca, agora, é tentar jogar panos quentes sobre o assunto e deixar essa discussão para 2024. O ministro quer deixar essa decisão para março do ano que vem, que é quando o Tesouro Nacional divulga o balanço da arrecadação do Governo Federal.

*Com informações da Reuters

Editora-chefe
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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