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Cana: produção de açúcar no Centro-Sul em 2022/23 pode ceder espaço para etanol

12 abr 2022, 10:00 - atualizado em 13 abr 2022, 16:52
Cana de açúcar
A Hedgepoint Global Markets reduziu de 44,5% para 42,8% a estimativa da parcela de cana destinada à produção de açúcar (Imagem: REUTERS/Marcelo Teixeira/File)

A Hedgepoint Global Markets reduziu de 44,5% para 42,8% a estimativa da parcela de cana destinada à produção de açúcar na safra 2022/23 do Centro-Sul do Brasil, que começou este mês. “Com um mix de açúcar de 44,5%, os estoques de etanol ficariam apertados ao longo da safra 22/23″, informa a companhia em nota. “Como os preços do hidratado encontraram sustentação na recente alta do mercado de petróleo, é provável que a nova safra comece com um mix de açúcar mais baixo”, disse.

Com isso, a estimativa para a produção de açúcar da região ao longo da temporada foi reduzida em 1,1 milhão de toneladas, de 32,5 milhões para 31,4 milhões de toneladas. Já a perspectiva para o etanol hidratado de cana-de-açúcar subiu de 16,8 bilhões de litros para 17,7 bilhões de litros. A projeção para a moagem continua em 551 milhões de toneladas, enquanto a de Açúcar Total Recuperável (ATR), que mede a qualidade da cana, subiu de 138,9 kg/t para 139,4 kg/t.

“O atraso da safra, bem como a necessidade de liquidez por parte das usinas, também contribui para que mais ATR seja direcionado ao biocombustível“, diz o comunicado – boa parte do etanol é negociada no mercado spot, o que dá mais liquidez imediata às usinas, enquanto uma parcela significativa do açúcar é fixada no mercado futuro.

A Hedgepoint afirma que a incerteza do mercado quanto à disponibilidade do açúcar brasileiro em razão da alta competitividade do etanol ajuda a sustentar os preços internacionais do adoçante mesmo com produção expressiva em outros importantes países, como Índia, Tailândia e Paquistão.

Para a companhia, a produção adicional desses países será suficiente para compensar a redução da oferta de açúcar no Brasil. A safra global 2021/22 – que vai até setembro deste ano – deve ter déficit global de 900 mil toneladas e a seguinte – que começa em outubro – de 500 mil toneladas, estima a Hedgepoint.

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