Caso Gordinho do Ouro: Advogado explica como não cair em golpes parecidos

As suspeitas sobre o empresário Daniel Martins, também conhecido como “Gordinho do Ouro”, suscitam a necessidade de redobrar os cuidados ao investir em empreendimentos que prometem rendimentos elevados em pouco tempo.

Segundo as acusações, o empresário usou a internet para divulgar empresas fajutas. Em geral, os projetos se propõem a captar recursos com pessoas comuns, com a promessa de retornos mensais e, ao fim do prazo preestabelecido, devolver o aporte integralmente.

No entanto, Martins, após colher os investimentos, teria sumido sem devolver os fundos dos participantes.

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Essa estratégia teria sido utilizada em projetos como uma revenda de camarões, uma cooperativa de crédito e, atualmente, uma financeira de mineradoras de pequeno porte – daí o apelido pelo qual ficou conhecido.

Acusações similares são feitas contra o empresário no exterior, em empreendimentos praticados na Argentina, na Bolívia e na Venezuela.

“Já temos clientes envolvidos no caso e constatamos diversas ações no Poder Judiciário contra o empresário”, afirma o advogado Artêmio Picanço, especialista em prevenção a golpes digitais.

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Como evitar negócios fraudulentos

Segundo Picanço, os supostos golpes aplicados por Martins têm características muito parecidas com os esquemas de pirâmide financeira. Em geral, as pessoas são enganadas com a expectativa de obter rendimentos elevados caso invistam no negócio supostamente em ascensão.

Além disso, o advogado destaque que as redes sociais e o WhatsApp são os principais canais utilizadas pelos golpistas atualmente. Para não cair nesse tipo de armadilha, diz Picanço, é preciso ser cético em relação às possibilidades de obter ganhos acima da média do mercado.

“O golpista costuma pagar os rendimentos nos primeiros meses, como forma de ganhar a confiança do participante. No entanto, isso não se sustenta por muito tempo e, quando ele é cobrado, some de vista e leva tudo o que recebeu”, explica o especialista.

O advogado ressalta que, em geral, a rentabilidade oferecida pelo golpista supera, com sobras, os ganhos de aplicações financeiras.

“Essa é a isca que atrai as pessoas. Desconfie sempre de retornos que pareçam irreais”, sugere. “Ter altos rendimentos todos os meses e ainda receber de volta o valor investido parece muito bom para ser verdade”, acrescenta.

Por fim, Picanço salienta que também vale a pena redobrar a atenção com negócios cujos operações são muito diferentes das tradicionais.

“Investimento em mineradora de ouro? Revenda de camarão? Sabe por que o golpista faz isso? Ele sabe que você não tem noção de como uma empresa desse tipo funciona. Então, fica mais fácil enganar. Não caia nessa”, afirma.