Economia

Citi eleva estimativa para inflação brasileira a 6,7% neste ano

11 mar 2022, 13:26 - atualizado em 11 mar 2022, 13:26
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O banco norte-americano destacou a alta de preços anunciada na véspera pela Petrobras como uma pressão adicional para as próximas leituras de inflação (Imagem: Pixabay/igorovsyannykov)

O Citi aumentou sua projeção para a alta do IPCA ao fim de 2022 em quase 1 ponto percentual, a 6,7%, alertando para uma piora na qualidade da inflação em fevereiro, mês que nem contemplou o impacto da alta recente dos preços dos combustíveis pela Petrobras (PETR4).

O IBGE informou nesta sexta-feira que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou a alta a 1,01% no mês passado, taxa mais elevada para o período desde 2015 (1,22%), contra expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,95%.

O acréscimo em 12 meses foi de 10,54%, contra 10,38% em janeiro e expectativa de 10,5%.

O IPCA acima do esperado “desencadeia outro aumento significativo em nossa projeção”, anteriormente de alta de 5,8%, afirmou o Citi, chamando a atenção para a piora na qualidade da inflação.

O banco norte-americano destacou a alta de preços anunciada na véspera pela Petrobras como uma pressão adicional para as próximas leituras de inflação, com impacto estimado de 0,7 ponto percentual a mais no IPCA entre março e abril deste ano.

A aprovação pela Câmara nesta madrugada da proposta que altera as normas de cobrança do ICMS sobre os combustíveis pode acabar por baixar os preços ao consumidor, ponderou o Citi, mas o banco alertou que outros planos discutidos pelo governo para conter a alta dos preços –como eventuais subsídios– podem ter o efeito contrário, alimentando a inflação.

“Parece muito provável que o governo adote uma medida adicional que prejudicaria as contas fiscais”, disse o Citi.

“O efeito líquido dos preços mais altos das commodities (combinado com uma taxa de câmbio ainda depreciada), da inércia inflacionária doméstica acima do esperado e de uma lei de subsídio aos combustíveis deve ser majoritariamente inflacionário.”