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Coaf começará safra dando ‘bye bye’ ao etanol hidratado, como no Nordeste todo

12 ago 2022, 10:29 - atualizado em 12 ago 2022, 10:29
Usina Coaf/PE
Usina cooperativista de Pernambuco vai começar safra já prevendo o mínimo de hidratado

As usinas do Centro-Sul foram pegas no contrapé quando a safra avançava, ainda que em menor proporção, e veio a bomba sobre o etanol hidratado. As indústrias do Nordeste, embora de volumes de produção bem mais baixos, já conseguirão fugir do biocombustível.

É o caso da Usina Coaf, da Zona da Mata Norte de Pernambuco, que está para começar a safra 22/23 – como as demais da região – já vendo o biocombustível derretendo de preços, na esteira da maior competitividade da gasolina.

“Vamos produzir o mínimo possível na nova safra, 5 milhões no máximo, contra 40 milhões de litros da safra passada”, lamenta Alexandre Lima, presidente da usina cooperativista, diante do fato de ser o primeiro ciclo completo com venda direta de etanol regulamentada, que poderia aferir mais ganhos.

Além disso, a Coaf foi a primeira empresa a repassar integralmente 100% dos Créditos de Descarbonização (CBios) aos seus fornecedores. E com produção e vendas menores, haverá uma redução desses ganhos do programa RenovaBio.

O ICMS na base de 18% para todos os estados e a política da Petrobras (PETR4) de manter a pressão sobre a gasolina seguindo a queda do petróleo, não deixa escapatória para o etanol hidratado a não ser a forte redução dos preços.

Os primeiros fornecedores, dos cerca de 480 ‘donos’ da cooperativa, começarão a entregar cana dia 22 e a moagem deve começar por ali mesmo.

Lima, que também preside a associação pernambucana de canavieiros (AFCP), já considera o volume em cerca de 900 mil toneladas de cana, enquanto na anterior ficou em 797 mil.

E mais matéria-prima deverá ir para açúcar e para etanol anidro (mistura à gasolina), além de uma pequena parte para a tradicional cachaça da cooperativa, em números que serão decididos mais à frente.

Em adoçante, a expectativa é subir de 17,1 mil toneladas para 54,5 mil no novo ciclo, mesmo que o maior direcionamento para a commodity, como deve ocorrer no Centro-Sul neste semestre, possa derrubar as cotações também.

E de zero etanol anidro anteriormente, 15 mil/l agora.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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