Internacional

Colômbia planejar usar linha de crédito do FMI de forma gradual

16 out 2020, 15:37 - atualizado em 16 out 2020, 15:37
Ivan Duque
A Colômbia será o primeiro país a recorrer à chamada linha de crédito flexível do FMI (Imagem: Divulgação/Presidência da Colômbia)

A Colômbia vai trazer os US$ 5,3 bilhões de sua linha de crédito com o Fundo Monetário Internacional em ritmo gradual para evitar turbulência nos mercados de câmbio, disse o vice-ministro da Fazenda, Juan Pablo Zárate.

Essa abordagem cautelosa também aumenta as chances de o país obter uma taxa de câmbio mais favorável, disse Zárate em entrevista por vídeo na quinta-feira.

A Colômbia será o primeiro país a recorrer à chamada linha de crédito flexível do FMI, uma fonte pré-aprovada de financiamento que não impõe condições de como deve ser usada.

O governo afirma que usará o dinheiro para financiar sua resposta à pandemia. A Colômbia enfrenta a pior recessão de sua história neste ano, com milhares de pedidos de recuperação judicial e mais de três milhões de empregos perdidos.

A previsão do Ministério da Fazenda é de queda de 5,5% do PIB neste ano. Esse seria o pior desempenho em mais de um século, mas a previsão ainda assim foi criticada pela Fitch Ratings e outros como muito otimista.

Zárate disse que o ministério atualmente revisa suas projeções, bem como sua previsão de recuperação de 6,6% no próximo ano. O peso se desvalorizou 15% neste ano, uma queda maior do que das moedas do Peru e do Chile.

Suavizar o impacto

Com a pandemia, o país suspendeu sua regra fiscal pelos próximos dois anos. Mas, mesmo enquanto o governo aumenta os gastos para tentar suavizar o impacto, está ansioso para continuar tomando empréstimos em níveis administráveis e proteger seu rating de crédito, disse Zárate.

A Colômbia está classificada no segundo nível mais baixo de grau de investimento pela Moody’s Investors Service, enquanto a S&P Global Ratings e a Fitch Ratings classificam o país um degrau acima da categoria junk.

O Ministério da Fazenda tem como meta déficit fiscal de 8,2% do PIB neste ano, com queda para 5,1% em 2021. O governo começará o trabalho de redução do déficit no próximo ano, disse Zárate.

Para financiar o orçamento em 2021, o governo planeja vender ativos que podem incluir participações na petroleira Ecopetrol, na operadora de energia Interconexión Eléctrica e em empresas regionais de geração de eletricidade.

O governo está confiante de que pode levantar fundos equivalentes a mais de 1% do PIB por meio dessas vendas, mas ainda não decidiu qual ativo vai oferecer, disse Zárate.

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