Meio Ambiente

Com queimadas intensas na Amazônia e no Pantanal, fumaça chega no Sul e Sudeste

11 set 2020, 18:21 - atualizado em 11 set 2020, 18:21
Incêndio na floresta amazônica, no Estado do Amazonas Amazonia
Os dados do Inpe coletados até esta quinta-feira, apontam um aumento de 7% em relação ao mesmo período do ano passado (Imagem: REUTERS/Bruno Kelly)

A fumaça das queimadas que devastam a Amazônia e o Pantanal começaram a chegar nos últimos dias às regiões Sul e Sudeste do país, mostram imagens do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

As imagens de satélite mais recentes do Inpe, da quarta-feira, mostram que a fumaça, ainda que mais concentrada nos Estados da região Norte e Centro Oeste especialmente no Amazonas, Rondônia, Acre e norte do Mato Grosso, já chegam ao Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e parte de São Paulo.

Ao contrário dos Estados mais afetados diretamente pelas queimadas, onde a fumaça é baixa e encobre as cidades, causando problemas respiratórios, a coluna que chega no Sul e no Sudeste está a mil e dois mil metros de altitude, o que não chega a causar desconforto, explica o chefe do programa Queimadas do Inpe, Alberto Setzer, nem afeta a qualidade do ar.

“Vai ter efeito no por-do-sol, as pessoas vão ver um sol mais alaranjado, até vermelho, a depender da quantidade”, diz.

A quantidade de queimadas no país, no entanto, aumenta o volume de fumaça no ar e faz com que os ventos levem mais tempo para dissipá-la e a espalhem mais para o sul.

Em 2019, o dia virou noite em 19 de agosto em São Paulo, em parte pela chegada da fumaça das queimadas. Setzer explica que o fenômeno foi basicamente causado por nuvens carregadas muito baixas que esconderam a luz do Sol, mas a fumaça das queimadas colaborou com a escuridão.

Já na região Norte, períodos dominados pela fumaça são comuns neste época do ano.

Nos últimos dias, Manaus (AM) tem amanhecido sob uma cortina de fumaça, causada em grande parte pelas queimadas intensas no Pará que, com as correntes de vento, é levada até a capital amazonense.

Apesar do investimento do governo federal em enviar tropas para a Amazônia para tentar conter as queimadas este ano, os números mostram que os militares até agora não tiveram sucesso.

Os dados do Inpe coletados até esta quinta-feira, apontam um aumento de 7% em relação ao mesmo período do ano passado.

Um crescimento pequeno, se não fosse o fato de 2019 ter dito o maior número de focos de queimadas detectados pelo Inpe desde 2012, com 108,9 mil pontos até 10 de setembro. Este ano, no mesmo, são 116,9 mil.

O Inpe mostra ainda que apenas na Amazônia Legal que vai além do Bioma Amazônia , onde se concentram as forças da missão de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para combater as queimadas, o aumento foi de 9% em relação a 2019. Já o Pantanal, que enfrente a pior queimada desde 2007, os focos de incêndio cresceram 182% em relação ao ano passado.

“Estamos com números muito parecidos com 2019 na Amazônia, mas temos que lembrar que ano passado não foi nenhuma maravilha. E este ano, outros biomas, como o Pantanal, estão em situação muito difícil”, disse Setzer.

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