Com ‘resultados decentes’ no 4T23, por que essa small cap está ‘mal precificada’?

Após divulgar os resultados do quarto trimestre de 2023 ontem (13), com lucro três vezes acima do visto um ano antes, as ações da Moura Dubeux (MDNE3) oscilam forte no pregão desta quinta-feira (14).

Diante disso, os papéis da small cap, cotados acima de R$ 12, chegaram a cair mais de 5% no início dos negócios e a subirem mais de 3% há pouco. Por volta das 13h25 (de Brasília), MDNE3 subia 1,5%.

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Segundo analistas, os números da construtora e incorporadora do segmento de média/alta renda foram “decentes” e coroam um ano de crescimento.

Entretanto, o preço-alvo da ação da companhia, que opera com forte volatilidade, é vista como ‘mal precificada’.

Números da Moura Dubeux são vistos como ‘sólidos’

Para a equipe da XP, a Moura Dubeux registou fortes resultados, mas dentro do esperado. O head de real estate, Ygor Altero, e o analista Ruan Argenton, dizem que os dados “coroaram um ano de crescimento”. A companhia registrou o maior lucro líquido em valores nominais no ano passado.

Os analistas da corretora observam que os números de outubro a dezembro foram impulsionados pela forte rentabilidade do segmento de condomínios, chamando a atenção para a receita líquida do segmento, que mais de dobrou na comparação com 2022.

“Temos perspectivas positivas para o crescimento da receita nos próximos trimestres. Uma vez que apenas um dos quatro lançamentos de condomínios da Moura no trimestre teve taxas de comercialização de terrenos reconhecidas”, comentam.

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Já o analista de real estate do Itaú BBA, Daniel Gasparate, avalia que a perda de receita líquida foi parcialmente compensada por uma margem bruta sólida, de 36%. Contudo, o BBA não espera que isso afete sua previsão de lucro líquido de R$ 214 milhões para 2024.

“Dado que os valores mais baixos refletem o adiamento do reconhecimento de receitas em três projetos de condomínios até o primeiro trimestre deste ano”, pondera.

Por sua vez, os analistas da Genial Investimentos, Luís Assis e Guilherme Vianna, reforçam que a construtora e incorporadora apresentou um trimestre de continuidade de números financeiros sólidos.

Para eles, a companhia segue demonstrando “consistência e paciência de um atleta”, evitando lançamentos de um número excessivo de projetos que poderiam se comprovar um tiro no pé em alguns anos, como já aconteceu com outras empresas de construção civil.

“Com essa disciplina, a Moura Dubeux deverá completar um ciclo de projetos pós-IPO [realizado em fevereiro de 2020] sem ultrapassar 20% da sua dívida líquida/patrimônio líquido. Nossa estimativa é de 15%”, comentam.

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MDNE3 está ‘mal precificado’

Entretanto, Assis e Vianna veem as ações da única construtora e incorporadora do Nordeste listada na B3 muito “mal precificadas”.

Os analistas da Genial explicam que o múltiplo do indicador que relaciona o preço da ação ao valor patrimonial proporcional (P/BV) está em 0,8 vez e o rendimento dos lucros (earnings yields) é de 15,5% para 2023, um dos maiores setor.

“Por isso, seguimos com recomendação de compra, mas devendo uma atualização de preço-alvo”, acrescentam. Atualmente, o preço-alvo da corretora para MDNE3 é de R$ 9,00.

Tal preço-alvo está bem abaixo do estimado pela XP, de R$ 16,50, também com recomendação de compra. Enquanto o Itaú BBA tem preço-alvo de R$ 16,00, além da recomendação de compra.

No acumulado do ano, as ações da Moura Dubeux caem mais de 3%. Em 2023, MDNE3 saltou perto de 130%.