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Com Selic a 11,75%, é melhor esquecer as ações? Não é bem assim. Veja os setores para ficar de olho

17 mar 2022, 16:08 - atualizado em 19 mar 2022, 9:54
Mercados, Ibovespa, B3
Especialistas do mercado defendem que existem boas ações para incluir na carteira, mesmo no cenário atual de Selic a dois dígitos. (Imagem: Divulgação/B3)

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou na noite desta quarta-feira (16) a nona elevação consecutiva da taxa básica de juros do Brasil, a Selic, para 11,75% ao ano.

Com mais um aumento nos juros, investidores voltam a ficar divididos entre investir em renda fixa ou em renda variável.

Em um primeiro momento, pode-se pensar que migrar para renda fixa é o melhor movimento, pois, com a escalada dos juros, essa modalidade se torna mais atrativa.

No entanto, especialistas do mercado defendem que existem boas ações para incluir na carteira, mesmo no cenário atual de Selic a dois dígitos.

Por que apostar na Bolsa brasileira?

De acordo com a XP Investimentos, as ações continuam oferecendo oportunidades aos investidores. Uma das mais atrativas é a possibilidade de ganhar dividendos.

“Acreditamos que investimentos em Bolsa continuam oferecendo boas oportunidades no cenário atual. Em particular, ações pagadoras de dividendos seguem sendo atrativas olhando para seus ganhos acumulados ao longo do tempo”, afirma.

Em relatório divulgado nesta quinta (17), a XP cita BrasilAgro (AGRO3), Usiminas (USIM5), Petrobras (PETR4) e Transmissão Paulista (TRPL4), que, acumularam um retorno total anualizado acima de 20% nos últimos cinco anos, maior que a taxa DI acumulada durante o mesmo período em 5,75%.

Além disso, comparando o desempenho do Ibovespa com o dos principais índices acionários do mundo, é possível perceber que as ações brasileiras marcam uma das melhores performances até agora.

“Enquanto os índices americanos S&P 500 e Nasdaq já caem mais de 10% no acumulado de 2022, o Ibovespa sobe 4% em reais e 12% em dólares”, diz a corretora.

Isso é explicado por três fatores:

  • rotação global de crescimento para valor;
  • forte exposição a commodities, trazendo claros riscos de alta para os lucros;
  • múltiplos de entrada muito baixos (preço por lucro projetado ao redor das mínimas dos últimos 10 anos).

Setores para ficar de olho

Alguns setores acabam tirando proveito do cenário de aumento de juros.

Bancos e seguradoras, por exemplo, são recomendações que diversos analistas têm em comum para momentos de estresse econômico no país.

As instituições financeiras são diretamente beneficiadas pela alta da Selic, uma vez que a taxa aplicada em empréstimos fica maior.

Além da XP, Rob Correa analista de investimentos e fundador da Hedgepoint, e Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, acreditam que o momento de olhar para o setor bancário e de seguros é agora.

Alves destaca que os bancos estão descontados.

“Desde 2020, [as ações do setor bancário] caíram, e até hoje não voltaram. Tinha Itaú (ITUB4) a R$ 40, Bradesco (BBDC4) a R$ 36, Banco do Brasil (BBAS3) a R$ 50. Até hoje, não voltaram para o que eram no pré-pandemia”, reforça o especialista.

No caso das seguradoras, a XP lembra que, além da venda de seguros, as empresas têm outra fonte relevante de receita, que são as aplicações feitas no mercado financeiro.

“Como uma grande parte dessas aplicações são em renda fixa com rendimentos atrelados à Selic, uma alta na taxa básica de juros leva a maiores retornos sobre o capital investido”, explica.

Além de bancos e seguradoras, a XP acredita que vale a pena surfar a onda das ações ligadas a commodities, até porque os preços estão subindo devido ao desequilíbrio da oferta de suprimentos pelo mundo inteiro.

Correa também sinaliza um bom movimento em direção às commodities, embora destaque que “nem todas são iguais”. Neste momento, vale mais apostar em nomes privados, como Vale (VALE3), Usiminas (USIM5), Gerdau (GGBR4) e CBA (CBAV3), indica o analista.

Alves tem outra indicação: o setor elétrico. O chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos lembra que empresas do setor conseguem repassar os efeitos da inflação.

Além disso, as empresas de energia estão engordando seus lucros, refletindo não só em maior geração de caixa, como também na distribuição de dividendos.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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