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Como será o 3T22 do IRB (IRBR3)? Ação valendo menos que R$ 1 sentirá mais pressão?

25 out 2022, 18:11 - atualizado em 25 out 2022, 18:11
IRB
IRB caminha para entregar um terceiro trimestre fraco, com suas operações ainda sentindo efeitos de uma sinistralidade elevada, diz analista (Imagem: Money Times/Renan Dantas)

A ação do IRB (IRBR3) perdeu a marca de R$ 1 após a divulgação de um novo prejuízo em agosto, de R$ 164,7 milhões, sinalizando mais um trimestre com saldo negativo.

A resseguradora chegou a despencar mais de 8% depois que publicou o formulário mensal de informações periódicas. Nesta terça-feira (25), os papéis da companhia ampliaram o movimento de queda, encerrando com desvalorização de 7,22%, a R$ 0,90 cada, e renovando mínimas históricas.

Matheus Amaral, analista do Inter, destaca que, considerando os dados de julho (também de prejuízo) e agosto, o IRB caminha para entregar um terceiro trimestre fraco, com suas operações ainda sentindo efeitos de uma sinistralidade elevada, vindos principalmente do ramo rural.

No bimestre julho-agosto, o IRB apresentou prejuízo de R$ 223,5 milhões. No acumulado do ano, as perdas da resseguradora superam R$ 500 milhões.

“Para complementar, a companhia tem mostrado redução nos prêmios emitidos, que é reflexo tanto da estratégia de re-underwriting quanto de uma redução da exposição de um dos seus principais clientes, BB Seguridade (BBSE3), em contratos com o IRB”, acrescenta Amaral.

O IRB divulga os resultados completos em 10 de novembro.

2023 será um ano melhor?

Na avaliação de Amaral, os papéis do IRB podem continuar pressionados por um tempo.

De acordo com o analista, o IRB ainda sofre pressão no curto prazo para apresentar números mais saudáveis, principalmente após a realização do follow-on (oferta subsequente de ações).

A operação resultou em um preço de R$ 1 por ação, com a emissão de 1,2 milhão de novas ações. Com isso, a oferta totalizou R$ 1,2 bilhão.

A oferta de ações chegou para fazer frente à adequação regulatória junto à Superintendência de Seguros Privados (Susep), após os resultados do segundo trimestre mostrarem solvência abaixo do mínimo regulatório.

Além da oferta, o IRB levantou recursos com a venda do imóvel onde estava localizada a sede, no Rio de Janeiro, por R$ 85,3 milhões. A resseguradora também anunciou o recebimento de R$ 100 milhões como fechamento do acordo judicial com a Casashopping.

Apesar da pressão no curto prazo, o Inter levanta a possibilidade de uma recuperação para o IRB no próximo ano. Amaral avalia que o prejuízo de R$ 516,4 milhões nos oito primeiros meses de 2022 (ante montante negativo de R$ 169 milhões em igual período de 2021) é um fator pontual, dada a elevada sinistralidade no ramo rural.

“Os últimos dados que vimos do setor trouxeram uma normalização da sinistralidade, o que deve trazer algum alívio para a companhia após o terceiro trimestre”, diz.

“Esperamos que, passando os efeitos da alta sinistralidade no rural, 2023 possa ser um ano de recuperação para o IRB”, conclui o analista.

Para analistas do BTG Pactual, o IRB ganhou algum tempo com as agências de classificação, mas pode estar em risco em breve se não parar o “sangramento” financeiro.

Devido à dificuldade em saber como será o “novo IRB” e sua rentabilidade, o banco segue com uma visão cautelosa sobre a resseguradora, mantendo recomendação neutra.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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