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Conflitos entre Rússia e Ucrânia poderão levar a uma guerra também cibernética?

25 fev 2022, 12:31 - atualizado em 25 fev 2022, 12:31
cibersegurança código hacker
Rússia e Ucrânia: os conflitos poderão escalar também no âmbito cibernético? (Imagem: Unsplash/Markus Spiske)

Além da invasão militar da Ucrânia pela Rússia, iniciada na madrugada da última quinta-feira (24), o país comandado por Volodymyr Zelensky tem visto um aumento na quantidade de ataques cibernéticos.

A situação eleva a preocupação de outros países quanto uma possível ação russa contra eles, o que poderá levar a uma guerra cibernética.

Segundo a CNBC, a Rússia foi acusada de inúmeros ataques cibernéticos recentes que tinham como alvos o governo e o sistema bancário da Ucrânia, apesar de o governo de Vladimir Putin ter negado qualquer envolvimento.

Na quinta, a empresa de cibersegurança ESET afirmou ter descoberto um novo malware que tem como alvo organizações da Ucrânia, e que apaga os dados de sistemas que ataca.

Segundo a CNBC, na quarta-feira (23), sites de diversos departamentos do governo ucraniano e de bancos foram derrubados por um ataque de negação de serviço distribuída (DDoS).

Esse tipo de ataque acontece quando hackers ultrapassam a capacidade do site em tráfego até o momento em que é derrubado.

Um outro ataque, na semana passada, que tinha como alvo sites do governo da Ucrânia, foi atribuído ao GRU, agência de inteligência militar russa, por oficiais dos Estados Unidos e do Reino Unido.

Esses ataques cibernéticos elevam os temores de um conflito digital mais abrangente, o que faz com que governos precisem se preparar para responder a um cenário de ciberataque russo.

De acordo com o site CNBC, oficiais americanos e britânicos estão alertando empresas quanto a atividades suspeitas vindas da Rússia em suas redes.

Já a Primeira-Ministra da Estônia, Kaja Kallas, disse que os governos europeus devem ficar “atentos quanto à situação da cibersegurança em seus países”.

Para o vice-presidente de análise de inteligência da Mandiant, John Hultquist, um conflito digital entre a Rússia e o Ocidente é uma possibilidade, mas ele alerta para a necessidade de se compreender o que significa a realidade de uma “guerra cibernética”.

“É fácil ouvir esse termo e compará-lo a uma guerra de verdade. Mas, a realidade é que a maioria dos ciberataques que vimos foram não violentos e altamente reversíveis”, disse Hultquist.

Transbordamento em outros países

Cibersegurança internet
Com os conflitos entre Rússia e Ucrânia, outros países também se preocupam com a cibersegurança (Imagem: Freepik)

De acordo com o CNBC, o diretor de análise de ameaças da Darktrace, Toby Lewis, afirmou que, até o momento, os ataques cibernéticos da Rússia tiveram como objetivo dar suporte à invasão física da Ucrânia.

Porém, o malware russo também afetou os governos da Letônia e da Lituânia, segundo pesquisadores da Symantec, o que dá indícios de um potencial transbordamento dos ataques cibernéticos russos em outros países.

Para Hitesh Sheth, CEO da Vectra AI, “há muito tempo teorizamos que ataques cibernéticos serão parte do arsenal de armas de um país, e acredito que estamos vendo, pela primeira vez, que eles se tornaram a arma de primeiro ataque”.

O CEO da empresa acrescentou que a Rússia é capaz de lançar ataques cibernéticos em retaliação às sanções impostas por países do Ocidente.

O que acontece agora?

As acusações contra a Rússia, feitas por governos e pesquisadores de cibersegurança, quanto a ataques cibernéticos que tentam desestabilizar a democracia e economias pelo mundo são conhecidas há tempos.

Porém, segundo o CNBC, especialistas afirmaram que a Rússia poderá lançar ataques on-line mais sofisticados, tendo como alvo principal a Ucrânia, mas podendo se estender também para outros países.

Hultquist acrescentou que, “caso a Rússia foque nesse tipo de atividade contra o Ocidente, isso poderá ter consequências econômicas muito reais”.

O CEO da Vectra AI fez outros questionamentos relevantes, como “a pergunta agora é: este é o limite [de ataque cibernético] para o qual eles [russos] estavam se preparando? Este é o limite que eles estavam esperando para dar início às disrupções? Estamos obviamente preocupados de que esse seja o caso”.

Repórter
Graduada em Letras (Português/Inglês) pela Universidade de São Paulo (USP). Iniciou sua carreira como estagiária de revisão na Editora Ática, local em que atuou depois como revisora freelancer. Já trabalhou para o The Walt Disney World, nos Estados Unidos, em um programa de intercâmbio de estágio, experiência que reforçou sua paixão pela língua inglesa e pela tradução. Estagiou na Edusp, e integra, há um ano, a equipe do Money Times como repórter-tradutora de notícias ligadas a criptomoedas.
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Graduada em Letras (Português/Inglês) pela Universidade de São Paulo (USP). Iniciou sua carreira como estagiária de revisão na Editora Ática, local em que atuou depois como revisora freelancer. Já trabalhou para o The Walt Disney World, nos Estados Unidos, em um programa de intercâmbio de estágio, experiência que reforçou sua paixão pela língua inglesa e pela tradução. Estagiou na Edusp, e integra, há um ano, a equipe do Money Times como repórter-tradutora de notícias ligadas a criptomoedas.
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