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Consumo de adubo cairá em 2022 no Brasil com ajuda de reservas no solo, diz MB Agro

17 ago 2022, 17:19 - atualizado em 17 ago 2022, 17:19
Fertilizantes, Agrogalaxy
O Brasil importa cerca de 85% de sua demanda e tem nos russos seu principal fornecedor (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Com um possível incremento na área de soja 2022/23 e a contribuição de reservas de fertilizantes remanescentes da temporada passada no solo, o mercado de adubos no Brasil deve recuar para cerca de 43 milhões de toneladas neste ano, estimou nesta quarta-feira à Reuters a consultoria MB Agro.

O diretor da MB Agro, Alexandre Mendonça de Barros, disse que a quebra na última safra de verão fez com que parte do insumo não fosse extraída do solo, o que possibilita ao agricultor reduzir as aplicações no próximo plantio em momento de alta nos custos.

“Nas nossas contas, o que tem de reserva e que ainda vai permitir uma boa produtividade são cerca de 4,5 milhões de toneladas, sendo 1,5 milhão de MAP (fosfato monoamônico) e 3 milhões de toneladas de cloreto de potássio”, afirmou durante evento da associação de insumos Andav.

A estimativa de estoques de adubos no solo considera todo o Brasil, porém uma concentração média de 80% está localizada nas lavouras do Sul, onde houve a frustração de safra por seca.

“Usando essa reserva, é o que eu acho que vai ser o mercado (43 milhões de toneladas) e vamos usar essa reserva acumulada”, disse ele.

No ano passado, as entregas de fertilizantes no Brasil atingiram 45,85 milhões de toneladas, conforme dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda).

O diretor da MB Agro destacou que este foi o maior patamar de consumo já registrado na história do país.

Barros alertou, no entanto, que este é o último ano em que o setor agrícola poderá reduzir a aplicação do insumo sem perder em produtividade.

“Não é uma folga tão grande, você está usando o que o solo tem e há um limite para isso… E para 2023? Se não quebrar a safra, vamos ter que voltar para 46-47 milhões de toneladas”, afirmou o especialista sobre o consumo de adubos.

O mercado de fertilizantes contou com forte volatilidadade neste ano e teve os preços elevados pela guerra entre Rússia e Ucrânia.

O Brasil importa cerca de 85% de sua demanda e tem nos russos seu principal fornecedor.

O diretor da MB Agro disse que, agora, os adubos estão com um padrão de preço abaixo dos picos vistos em meses anteriores, mas ainda muito altos.

Não há problema de oferta, pois os fluxos de importação foram mantidos, “mas a relação de troca piorou muito”, disse ele, e quando os preços dos fertilizantes começaram a arrefecer, as cotações das commodities também passaram a cair na bolsa de Chicago.

No caso dos defensivos, o especialista avaliou que ainda há um certo nervosismo no mercado relacionado aos efeitos da pandemia de Covid na China.

“Nada de desabastecimento, mas é um ambiente meio nervoso. O que a gente ouve da industria é que há uma oferta, não tão confortável, mas ela existe e a preços altos”, afirmou.

Diferentemente dos fertilizantes, a opção de reduzir as aplicações não é válida para os agroquímicos, pois isso afetaria o combate a pragas e doenças.

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