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Crescimento do emprego nos EUA acelera em junho e desemprego sobe para 5,9%

02 jul 2021, 10:16 - atualizado em 02 jul 2021, 10:33
Foram criadas 850 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, depois de 583 mil em maio, informou o Departamento de Trabalho nesta sexta-feira (Imagem: REUTERS/Brian Snyder)

O crescimento do emprego nos Estados Unidos acelerou em junho, à medida que empresas, desesperadas para aumentar a produção e os serviços em meio à demanda crescente, elevaram os salários e ofereceram incentivos para atrair milhões de norte-americanos desempregados relutantes de volta à força de trabalho.

Foram criadas 850 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, depois de 583 mil em maio, informou o Departamento de Trabalho nesta sexta-feira em seu relatório de empregos monitorado de perto. A taxa de desemprego subiu de 5,8% em maio para 5,9% em junho.

A taxa de desemprego tem sido subestimada por haver pessoas que se classificam erroneamente como “empregadas, mas ausentes do trabalho”. Há um número recorde de 9,3 milhões de vagas abertas. Economistas consultados pela Reuters previam criação de 700 mil vagas de trabalho no mês passado e uma queda da taxa de desemprego para 5,7%.

O rendimento médio por hora subiu 0,3% no mês passado, depois de aumentar 0,4% em maio. Isso elevou o aumento anual dos salários de 1,9% em maio para 3,6% em junho.

O crescimento anual dos salários foi em parte exacerbado pelos chamados efeitos de base de comparação, após uma grande queda em junho do ano passado.

O relatório sugere que a economia fechou o segundo trimestre com forte impulso de crescimento, após uma reabertura que foi possível devido às vacinações contra a Covid-19.

Mais de 150 milhões de norte-americanos estão totalmente imunizados, pondo fim às restrições relacionadas à pandemia nas empresas e ao uso obrigatório de máscaras.

Emprego EUA
O crescimento anual dos salários foi em parte exacerbado pelos chamados efeitos de base de comparação, após uma grande queda em junho do ano passado (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

Políticos, empresários e alguns economistas responsabilizaram o aumento dos benefícios a desempregados, que inclui um auxílio semanal de 300 dólares do governo, pela escassez de mão de obra.

A falta de creches a preços acessíveis e o medo de contrair o coronavírus também são apontados como fatores que têm mantido os trabalhadores, principalmente as mulheres, em casa.

Também há aposentadorias relacionadas à pandemia, bem como transição de carreira. Economistas em geral esperam que esse aperto na oferta de trabalho diminua no outono do hemisfério norte, à medida que as escolas reabrem e os benefícios a desempregados financiados pelo governo se encerram, mas alertam que muitos desempregados provavelmente nunca mais voltarão a trabalhar.

Com a expectativa de que o emprego não retorne ao nível anterior à pandemia até 2022, o aumento dos salários não deve preocupar as autoridades do Federal Reserve, mesmo com a inflação aumentando devido às restrições de oferta. O chair do Fed, Jerome Powell, afirmou repetidamente que espera que a alta na inflação seja transitória.