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Criptomoedas: Como os investidores institucionais se preparam para o mercado

11 abr 2022, 14:19 - atualizado em 11 abr 2022, 14:20
Bitcoin BTC institucionais
(Imagem: Pexels/Alesia Kozik)

Uma das teses de analistas do mercado é que um fluxo grande de investidores institucionais poderiam ocasionar em uma alta do mercado. Um dos pontos que pode deixá-los mais confortáveis para os aportes em criptoativos é a eminente regulação do setor. 

Orlando Telles, Sócio-fundador e diretor da Mercurius Research, diz que um aspecto a ser destacado para o futuro do mercado de criptoativos “é que a entrada de grandes investidores fará com que o setor consiga atinja um novo patamar em termos de valor de mercado”.

Segundo a “Coletiva de fundos de investimentos” do primeiro trimestre de 2022, divulgado pela ANBIMA, os fundos com exposição em ativos digitais somaram R$ 3,3 bilhões em fevereiro deste ano. 

A gestora Hashdex lançou apenas neste ano mais dois fundos de índices temáticos ligados a criptoativos: o WEB311 — focado na Web 3.0, e o DEFI11 — focado em contratos inteligentes.

O que ainda falta para os institucionais?

Entretanto, segundo Guilherme Rebane, Head Latam da corretora cripto OSL, há ainda certa dúvida por parte dos investidores institucionais sobre como acessar ou oferecer a classe de ativos, sendo que esta ainda não possui regulação.

“Em diversos países, observamos movimentos favoráveis para que isso aconteça e, no Brasil, as iniciativas para que se construa uma regulação tem se acelerado nos últimos meses. Nosso entendimento é que isso trará maior conforto para os players institucionais, lhes dando maior visibilidade sobre as  possíveis limitações e possibilidades ao acessar a classe de ativos”, comenta.

Ele diz que a OSL tem se submetido a “jurisdições reguladas”, como é o caso de Hong Kong, e entende que isso “é um divisor de águas para o amadurecimento da indústria”. 

Ele destaca que “também é preciso considerar o aumento do interesse de investidores pela classe de ativos e as oportunidades de ganho, valorização e de receita relacionada aos serviços para o setor”.

“Eu diria que, em algum momento, a grande maioria das instituições deve, de alguma forma, se posicionar para oferecer aos seus clientes serviços, acesso ou alocação na classe de ativos. Hoje se coloca à mesa uma grande oportunidade.”

Para ele, somente uma proibição ou restrição ampla de uso pode coibir a entrada dos investidores institucionais. 

“Hoje o mercado já tem tamanho e número de investidores e de usuários que promovem a utilização da classe de ativos.”

Segundo os dados do relatório mensal da B3, em março deste ano havia mais de 200 mil  investidores, somados todos os ETFs de criptomoedas.

“Inclusive, o número total ultrapassa o de investidores que possuem alocação nos ETFs que seguem índices de ações no Brasil e nos Estados Unidos. Sabemos também que o produto tem sido utilizado por algumas instituições que buscam exposição à variação de preço dessa classe de ativos”, complementa.

Rebane diz não haver números oficiais quanto à custódia de ativos nas diversas plataformas de mercado. “Porém sabemos que alguns milhões de brasileiros já acessam o mercado, compram e vendem  criptomoedas a partir de tais plataformas.”

De acordo com Telles, após movimentações nesse sentido, como a possibilidade de a Bridgewater, maior gestora da atualidade, se posicionar no mercado de criptomoedas, fica claro que a institucionalização do mercado de criptoativos é uma realidade e deve se fazer cada vez mais presente no dia a dia de quem já investe nesse setor.

O primeiro passo para a entrada da gestora Bridgewater no setor, em sua opinião, é o processo de verificação para compreender se o mercado de criptoativos possui infraestrutura o suficiente para receber seu capital.

“Esse ponto ressalta o quanto a construção de infraestrutura através de boas soluções de custódia, regulação, liquidez, entre outros fatores, é essencial para adoção do mercado. Sendo algo que se mostra inevitável. Há cinco anos, saímos de um mercado de apenas US$ 14 bilhões para um de US$ 3 trilhões, isso reforça a tendência clara de crescimento, bem como evidencia a necessidade de adequação do investidor, fundamental para participar desta nova e promissora etapa do mercado”, explica.

Bitcoin 2022 em Miami lotada de institucionais

Nesta semana está acontecendo uma das maiores conferências focadas em Bitcoin (BTC) do mundo, a Bitcoin 2022 em Miami. Diversos institucionais estão participando do evento.

No dia 6, o empresário e jurado do programa “Shark Tank” Kevin O’Leary diz acreditar que a mineração do bitcoin “irá salvar o mundo”.

Kevin O’Leary foi um dos críticos acerca da mineração da criptomoeda na época em que a atividade foi banida na China.

O bilionário mexicano Ricardo Salinas Pliego, no dia 7,  afirmou que a maior parte de seu portfólio líquido tem exposição ao bitcoin.

O segundo aplicativo de finanças mais baixado dos Estados Unidos, Cash App, desenvolvido pela Block, antiga Square, anunciou que irá realizar uma atualização que vai buscar possibilitar que usuários recebam seus salários em Bitcoin, conforme noticiado pela Exame.

 

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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