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CSN (CSNA3) arremata geradora de energia CEEE-G com oferta de R$ 928 mi

29 jul 2022, 15:28 - atualizado em 29 jul 2022, 17:44
CSN Gerdau Usiminas
A CSN ofereceu 928 milhões de reais pela geradora hidrelétrica (Imagem: Youtube/CSN)

A siderúrgica CSN (CSNA3) venceu nesta sexta-feira o leilão de privatização da geradora de energia elétrica gaúcha CEEE-G, em um movimento para diversificar os negócios e reforçar o fornecimento de eletricidade às suas próprias operações.

Por meio da Companhia Florestal do Brasil, a CSN disputou a CEEE-G com a Auren Energia, do grupo Votorantim e do CPPIB.

A siderúrgica venceu uma bateria de quase 20 lances a viva voz ao ofertar 928 milhões de reais pela geradora, um ágio de 10,93% sobre o preço mínimo de 836,9 milhões de reais definido em edital.

Além do valor da oferta no certame, a CSN terá de pagar uma outorga de 1,66 bilhão de reais à União pela renegociação dos contratos de venda de energia das hidrelétricas da CEEE-G.

A Reuters publicou na quarta-feira que as duas empresas estariam na disputa. Inicialmente, a CSN tinha planos de entrar em consórcio com a francesa EDF, mas a parceira acabou desistindo de última hora de participar do processo.

Em nota, a CSN afirmou que a aquisição da geradora está alinhada com a estratégia de avançar na busca pela autossuficiência de energia elétrica gerada por fontes renováveis.

A indústria siderúrgica é eletrointensiva, isto é, consome grandes volumes de energia. A CSN disse projetar uma demanda crescente de energia para suas operações para os próximos anos.

No início do mês, a companhia já havia adquirido uma hidrelétrica em Santa Catarina por 427,5 milhões de reais, com o objetivo de garantir oferta de energia renovável.

Mas a siderúrgica também destacou que pretende fortalecer sua atuação no setor elétrico através de uma plataforma de novas usinas.

“Além da autossuficiência e controle de custo, a CEEE-G será uma importante plataforma de desenvolvimento de novos projetos de geração de energia, além de consolidar importantes sinergias com as aquisições das PCHs Sacre II e Santa Ana e UHE Quebra Queixo anunciadas recentemente”, disse, em nota.

Analistas do JP Morgan afirmaram em nota que, embora a aquisição seja relativamente pequena para a CSN, ela pode não ser bem recebida pelo mercado.

“Nossas conversas sugerem que investidores estão preocupados com a disciplina de capital da CSN, e prefeririam que a companhia dirigisse caixa extra para retornos aos acionistas (em vez de crescimento inorgânico”, escreveram os analistas do banco Rodolfo Angele e Lucas F. Yang.

Portfólio da CEEE-G

A CEEE-G tem cinco hidrelétricas, oito pequenas centrais (PCHs) e duas centrais geradoras (CGHs), totalizando cerca de 990 megawatts de capacidade instalada. Somadas as participações da companhia em consórcios ou sociedades de propósito específico, o portfólio chega a 1,27 GW de potência.

Com a privatização, será outorgado um novo contrato de concessão com prazo de 30 anos de vigência.

A partir de 2023, as usinas da CEEE-G passarão por um processo de descotização, possibilitando a comercialização da energia livremente no mercado.

A geradora era o último ativo de energia de posse do governo gaúcho. O Estado desmembrou a CEEE em três unidades e, no ano passado, vendeu a distribuidora de energia para a Equatorial Energia e o braço de transmissão para a CPFL Energia.

Já no setor de gás, o Estado alienou a distribuidora de gás canalizado Sulgás para a Compass, empresa da Cosan (CSAN3).

Para este ano, o Rio Grande do Sul prevê ainda a venda integral da Corsan, companhia de saneamento.

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