Pecuária de corte

Custo do bezerro e ração desestimula produtor do MT mesmo com alta forte do boi

01 set 2020, 15:47 - atualizado em 01 set 2020, 15:47
Engordar boi e repor boiada está complicando para pequenos mesmo com a @ em alta

Onde tinha boi no Mato Grosso ontem a R$ 215, nesta terça (1) virou para R$ 220 a @. E o pequeno produtor Luís Henrique Scabello, que vendeu um lote com esse reajuste de R$ 5, ainda assim está pressionado.

Com um sistema de comercialização picada, na medida em que os animais de ‘cabeceira’ vão atingindo o peso – ressalvando o desnível genético mesmo em animais nelores -, depois da recria o produtor precisa engordar a pasto mas com suplementação.

Assim, ele vai girando o negócio, como no desta terça, evolvendo de 17 bois com o Frigoestrela, de Rondonópolis.

Mas, no momento em que ele não está comprando a reposição da desmana, com preços alcançado de R$ 2,2 mil para cima na média do estado, também está tendo dificuldades de dar o que comer aos animais. Ainda mais na atual severa entressafra, sem massa verde no chão.

“O caroço de algodão estava a R$ 450 a tonelada e hoje está sem preço (vendedores saíram do mercado, em tradução), além da torta de algodão que está a R$ 1 mil fora o frete em Rondonópolis”, afirma o pecuarista de Araraquara (SP) e com propriedade de boi em Alto Garças, Sul do MT.

Naturalmente, o pessoal de algodão está trucando alto, pressionando os produtores, já que o milho, principal na dieta bovina, também segue com altas firmes.

Sob esta pressão, Scabello vai esvaziando a fazenda – com capacidade entre 600 a 700 animais – e deve liquidar seu estoque de 500 bois até maio próximo.

Alivia as pastagens aos poucos e depois dará um descanso, renovando o capim e sem risco de comprar bezerro em excesso e não ter mercado que o remunere bem lá na frente, como está começando a ocorrer agora mesmo na alta da @.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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