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De olho no boi: Brasil atinge recordes para abates e exportações, mas ‘trocados’ da China decepcionam

08 mar 2024, 16:00 - atualizado em 08 mar 2024, 16:25
boi gordo china
Para analista, o Brasil seguirá batendo recorde atrás de recorde durante 2024; tendência é de oferta elevada do boi gordo no 1º semestre (Imagem: Embrapa/Fabiano Marques Dourado Bastos)

Neste início de março, os preços do boi gordo seguem com poucas mudanças em relação ao mês de fevereiro, com uma variação positiva de 0,55% até quinta-feira (7), de acordo com o indicador Cepea/B3 do animal.

Na semana passada, destacamos que os frigoríficos seguem pressionando os preços para baixo, enquanto os produtores seguram as vendas dos animais, em busca de melhores preços em meio a um cenário de oferta elevada.

Por outro lado, as exportações de carne bovina do Brasil cresceram 32% em fevereiro na comparação com o mesmo mês do ano passado.

O Agro Times ouviu Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado, que explica por que esse crescimento não traz entusiasmo.

Brasil registra recorde para abates e exportações do boi gordo

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os embarques de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada do Brasil totalizaram R$ 810,82 milhões em fevereiro, contra R$ 613 milhões do mesmo mês de 2023, sendo esse o melhor fevereiro da história em volume.

Iglesias ressalta que o mês passado foi o maior fevereiro da história em termos de abate, com um avanço de 31% frente o mesmo período de 2023.

“Há uma grande quantidade de animais disponíveis e, quando olhamos para o primeiro bimestre, atingimos o maior volume dos últimos 10 anos. Nos dois primeiros meses do ano, foram 6,27 milhões de cabeças abatidas, crescimento de 23% com o mesmo período do ano passado, isso explica a forte queda dos preços, apesar de o Brasil exportar grandes volumes. Esse cenário de abates elevados deve se manter no primeiro semestre“, comenta.

No entanto, o grande problema fica por conta dos preços médios de exportações, que seguem abaixo da média. “O volume exportado não será um problema, mas a grande questão fica por conta dos embarques, que têm servido mais para enxugar a oferta no mercado interno e equilibrar as forças de oferta e demanda. Os valores estão razoavelmente mais baixos que 2022 e começo do ano passado”, avalia.

Entre os fatores que explicam esses menores preços estão questões como o ciclo pecuário do Brasil, que sinaliza muita oferta, e a economia enfraquecida da China.

Em janeiro de 2024, na comparação com o mesmo mês de 2023, houve um recuo em torno de 30% no preço médio da carne exportada, passando de US$ 6.300 para US$ 4.400. A China responde por 50% das exportações de carne bovina do Brasil.

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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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