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De olho no boi: Chuvas podem ditar ritmo e preços nos últimos 60 dias de 2023; entenda

03 nov 2023, 7:30 - atualizado em 02 nov 2023, 15:19
boi gordo exportações
Brasil registrou o segundo melhor mês de outubro da história para as exportações; confira os fatores que mexem com o mercado do boi gordo(Foto: Reuters/Paulo Whitaker)

Os preços do boi gordo em outubro foram marcados por um período de pouca variação, com o indicador Cepea/B3 avançando 0,57%.

Vale lembrar que, em setembro, as cotações do animal saltaram 18%, em meio a um ano marcado por forte queda nos preços, em função do ciclo pecuário favorável no Brasil.

Com isso, o Money Times ouviu alguns especialistas sobre o momento para o mercado da carne bovina, que você confere aqui no “De olho no boi”.

Arroba do boi gordo em outubro

Segundo Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado, outubro foi pautado por um movimento lateralizado no mercado do boi gordo, sem grande apelo para alta.

No entanto, os frigoríficos também não encontraram as condições necessárias para exercer pressão sobre o mercado.

Boi Gordo – R$/@ – Safras & Mercado (a prazo) 01/11/2023 01/10/2023 Variação (%)
SP – Aracatuba R$ 230,00 R$ 240,00 -4,17
MS – Dourados R$ 225,00 R$ 235,00 -4,26
MT – Xingu R$ 197,00 R$ 185,00 6,49
Goias – Goiania R$ 230,00 R$ 225,00 2,22

“No início de novembro, os frigoríficos tentam exercer pressão nos preços, mesmo sem grande avanço das escalas de abate no decorrer desta semana. Como fator de suporte precisa ser mencionado a demanda no mercado interno durante o último bimestre, período pautado pelo auge do consumo, considerando a entrada dos salários na economia como motivador da reposição ao longo da cadeia produtiva”, diz.

Preços da carne bovina no atacado – Safras & Mercado 01/11/2023 01/10/2023 Variação (%)
Traseiro R$ 18,00 R$ 17,80 1,12
Dianteiro R$ 13,00 R$ 14,00 -7,14

Por outro lado, Iglesias ressalta que o feriado prolongado pode quebrar o ritmo dos negócios.

Exportações do Brasil

De acordo com Felipe Fabbri, analista de mercado e da cadeia de produção animal na Scot Consultoria, o mês de outubro foi o segundo melhor da história do Brasil em termos de volume exportado.

“O mês passado só fica atrás de outubro de 2022. Porém, como já falamos, os preços pagos pelos importadores, principalmente a China, segue como grande desafio, já que os preços recuaram cerca de 30% em um ano”, comenta.

O que esperar nos últimos dois meses do ano?

Para Fabbri, o que se desenha no curto prazo (até o fim de 2023) fica por conta de preços estáveis no mercado do boi.

“O que pode influenciar um pouco este cenário de preços fica por conta das chuvas dentro do contexto de gado confinado. Pensando em São Paulo, que é uma praça que tem bastante animal confinado, esse excesso de volumes pode acabar acelerando a entrega de boiadas confinadas, enquanto em Mato Grosso e Goiás, estamos vendo uma ausência de chuvas, o que pode retardar um pouco ou deixando o pecuarista mais confortável para entrega de boiadas“, discorre.

Do lado do consumo, há expectativas para um aumento até dezembro, o que pode resultar em preços mais altos para carne.

“Outro ponto importante é a exportação, que vem com bom desempenho em termos de volumes, mas já encontrou o seu ponto de referência em termos de preços: US$ 5 mil/t. Por outro lado, se o dólar operar acima de R$ 5, há espaço de melhora na margem operacional e, caso a oferta esteja apertada, altas nos preços”, finaliza.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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