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De olho no boi: China pode impulsionar vendas de carne do Brasil no último trimestre; o que esperar?

29 set 2023, 17:24 - atualizado em 30 set 2023, 11:29
boi gordo
Os preços do boi gordo têm registrado um movimento de recuperação neste mês, com a melhora da margem para os produtores (Imagem: JBS/Divulgação)

Os preços do boi gordo ensaiam um movimento de retomada ao longo de setembro, com o indicador Cepea/B3 do animal avançando 17,37% no período.

Vale lembrar que, apesar desse movimento ascendente neste mês, 2023 está marcado como um período de ciclo positivo do gado no Brasil, com maior oferta de animais no mercado interno, fator que pressiona os preços domésticos.

No entanto, como foi levantado na semana passada, 2024 reserva uma nova virada no ciclo de preços dos animais.

Preços do boi gordo nos próximos três meses

De acordo com Fernando Iglesias, analista de proteína animal na Safras & Mercado, nos últimos três meses do ano, o mercado ter um incremento em termos de demanda, com aumento do consumo, entrada do 13º salário, abono de férias e criação de empregos temporários.

“Além desses fatores, a China deve continuar comprando bons volumes de carne do Brasil, com o país asiático realizando os preparativos para atender a demanda de ano novo lunar, com novembro sendo um bom período de vendas. A grande questão segue pela queda no preço médio pago pelos chineses, que não tem mostrado sinal de recuperação”, explica.

Boi Gordo – R$/@ – Safras & Mercado (a prazo) 28/09/2023 31/08/2023 Variação (%)
SP – Barretos R$ 225,00 R$ 200,00 12,5
SP – Bauru R$ 235,00 R$ 205,00 14,63
MG – Uberaba R$ 220,00 R$ 203,00 8,37
Goias – Goiania R$ 220,00 R$ 190,00 15,79
MT – Cuiabá R$ 196,00 R$ 190,00 3,16

Assim, Iglesias ressalta que deve ocorrer uma entrada de animais confinados em outubro no mercado, o que pode esfriar os movimentos de alta vistos para a arroba.

“O que podemos perceber no mercado do boi gordo é que o limite de alta nos preços pode bater R$ 250, no máximo R$ 260, em função de um real mais desvalorizado. O mercado não está propenso a essas fortes altas, uma vez que ainda temos um grande volume de animais para abate, o que joga contra valorizações mais consistentes. Ainda assim, saímos de um cenário desfavorável em agosto para uma recuperação das margens aos produtores”, analisa.

Preços da carne bovina no atacado – Safras & Mercado 28/09/2023 31/08/2023 Variação (%)
Traseiro R$ 17,60 R$ 15,50 13,55
Dianteiro R$ 14,00 R$ 12,20 14,75

Por fim, Iglesias reforça que o pecuarista precisa realizar uma boa gestão para se proteger da volatilidade de preços.

Varejo

Segundo Magno Cavalcante, gestor comercial de carnes, o mercado interno está bem sensível por conta do feriado da próxima semana (Dia das Crianças) e por ser a primeira semana do mês, quando são feitos os pagamentos do salário. “Para esse fim de semana, podemos observar contra filé em oferta em algumas praças a R$ 29,90”, pontua.

Exportações até setembro

Para Felipe Fabbri, analista de proteína na Scot Consultoria, o mês de setembro tem sido interessante em termos de volume exportado.

“Na média diária, em termos de volume, temos visto números acima do exportado em 2022. No acumulado de 2023, por outro lado, temos um volume 5% menor do que o exportado no ano passado, que, apesar dessa retração, será bom em termos de volume”, diz.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada em setembro deste ano estão em US$ 718,94 milhões, forte queda de 17,36% na comparação com US$ 1,218 bilhão no mesmo mês do ano passado.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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