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Diesel sobe para patamar histórico e chega a R$ 6,94; greve dos caminhoneiros pode acontecer de novo?

21 maio 2022, 11:04 - atualizado em 21 maio 2022, 11:04
Diesel
Diesel bate preço recorde, mas não se desespere, uma nova greve dos caminhoneiros é muito pouco provável (Imagem: Reuters/Andrew Kelly)

O preço médio do diesel atingiu o maior valor de venda da sua história e chegou a R$ 6,94, diz a Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP) em pesquisa sobre os preços dos combustíveis divulgada neste sábado (21).

De acordo com a ANP, a região que com o diesel mais caro do país é o Norte, com o litro sendo vendido a R$ 8,30. Por outro lado, a região sul é a que possui o diesel mais barato do Brasil, com o litro sendo vendido a R$ 5,49.

Para o professor e economista da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Feldmann, é muito pouco provável que ocorra uma nova greve dos caminhoneiros, visto que o governo vem adotando algumas medidas para agradar a classe.

“Não vejo que a categoria, que possui alianças com o governo, faria uma greve nas portas das eleições, visto que essa paralisação atrapalharia muito uma possível reeleição de Bolsonaro “, disse Feldmann ao Money Times neste sábado (21).

Outro ponto levantado, foi que, nesta semana, o governo lançou um projeto para aliviar a pressão da alta do combustível em relação ao frete dos caminhoneiros.

A Medida Provisória reduz de 10% para 5% a oscilação do preço do diesel necessária para que a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) publique nova norma com preços mínimos de frete. Essa oscilação é relativa ao preço do mercado nacional, constante de uma planilha de cálculo publicada pela própria ANTT.

A Presidência da República editou, na última segunda-feira (16), a Medida Provisória (MP) 1.117/2022, que altera a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas, criada pela Lei 13.703, de 2018.

A Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas foi instituída em agosto de 2018, em resposta à crise de abastecimento provocada pela greve dos caminhoneiros de maio daquele ano. Essa política garante valores mínimos para a realização de fretes no território nacional.

Os pisos se referem ao quilômetro rodado, por eixo carregado, consideradas as distâncias e as especificidades das cargas, definidas pela mesma lei. Nos últimos meses, os sucessivos aumentos do preço do diesel, provocados por fatores internos e externos, voltaram a gerar insatisfação entre os caminhoneiros.

O texto foi publicado no Diário Oficial da União desta última terça-feira (17). A vigência inicial da MP é até 15 de julho, prorrogáveis automaticamente por mais 60 dias caso sua votação não seja concluída na Câmara dos Deputados e no Senado. Se não for votada em até 45 dias, entra em regime de urgência, trancando a pauta de votações.

Greve dos caminhoneiros pode não acontecer por alta do diesel, mas categoria espera ter bancada no Congresso

O deputado federal Nereu Crispim (PSD-RS), um dos líderes políticos dos transportadores, afirmou em entrevista ao Metrópole, que a categoria não se sente representada pelo atual governo.

“Caiu a máscara do governo Bolsonaro e do [ex] ministro Tarcísio, que enrolaram com a pauta dos caminhoneiros durante três anos”, afirmou o deputado ao Metrópoles.

“O presidente utilizou os caminhoneiros para se eleger, mas as ações da AGU [Advocacia Geral da União] contra a greve promovida em novembro do ano passado mostraram de vez que ele abandonou seus compromissos”, completou.

Segundo o Metrópole, os caminhoneiros devem se reunir no próximo dia 11 de junho em São Paulo para fomentar táticas para eleger uma robusta bancada de caminhoneiros nesta eleição.

Vale ressaltar que a alta dos combustíveis é um dos agravantes da inflação. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os preços subiram 3,20% em abril –somente a gasolina avançou 2,48%.

Com isso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu a taxa mais alta em 26 anos e ultrapassou a marca de 12% em 12 meses. Em abril, o indicador teve alta de 1,06%.

(Com informações da Agência Estado)

Repórter
Formado em jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie em Julho de 2021. Bruno trabalhou no Money Times, como estagiário, entre janeiro de 2019 e abril de 2021. Depois passou a atuar como repórter I. Tem experiência com notícias sobre ações, investimentos, empresas, empreendedorismo, franquias e startups.
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