Economia

Dívida pública federal cai 0,45% em janeiro, diz Tesouro

27 fev 2020, 14:55 - atualizado em 27 fev 2020, 16:58
No mesmo período, a dívida pública mobiliária interna teve recuo de 0,63% (Imagem: Flickr/Tesouro Nacional)

A dívida pública federal do Brasil caiu 0,45% em janeiro sobre dezembro, a 4,230 trilhões de reais, num mês marcado pelo resgate de títulos, divulgou o Tesouro Nacional nesta quinta-feira.

Para 2020, a meta no Plano Anual de Financiamento (PAF) é de um estoque da dívida entre 4,5 trilhões de reais e 4,75 trilhões de reais.

No primeiro mês do ano, a dívida pública mobiliária interna teve recuo de 0,63%, a 4,058 trilhões de reais, por causa do resgate líquido de 55,43 bilhões de reais, neutralizado em parte pela apropriação positiva de juros de 29,75 bilhões de reais.

Por sua vez, a dívida externa cresceu 3,86% sobre dezembro, a 172,07 bilhões de reais.

Em janeiro, o dólar disparou 6,80% devido ao medo dos efeitos econômicos do coronavírus, movimento que segue embalando a cotação da moeda norte-americana neste mês.

O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Luis Felipe Vital, afirmou que o gatilho mais importante dos negócios em fevereiro tem sido o noticiário ligado ao coronavírus e seu impacto em termos de atividade econômica global.

“Isso disparou piora no sentimento de risco dos investidores. Em geral, isso vem combinado com queda nas (taxas dos) Treasuries e queda nas bolsas de forma geral”, afirmou.

Após o Tesouro ter publicado na véspera uma portaria sobre leilão de títulos nesta quinta-feira, ante costume de fazê-lo na manhã do mesmo dia da operação, Vital afirmou que a investida buscou “não contribuir para a volatilidade do mercado”.

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O Tesouro publicou na véspera uma na véspera uma portaria sobre leilão de títulos nesta quinta-feira (Imagem: Pixabay)

Na ocorrência de novos períodos mais voláteis, o Tesouro pode voltar a publicar essas portarias na véspera, disse ele.

A curva de juros tem ganhado inclinação em fevereiro, num reflexo da elevação dos juros longos em resposta à maior aversão ao risco por causa do coronavírus, mas o Tesouro não vê o movimento com preocupação “de forma alguma”, segundo Vital.

Ele frisou que o aumento nos juros longos é pequeno e está “longe de ser reversão” de tendência.

“A gente observou ao longo do mês de fevereiro um aumento nos juros, um aumento marginal, mas se olharmos os números estamos com juros de longo prazo abaixo de 7%, isso é próximo da mínima histórica”, afirmou.

O spread entre os DIs janeiro 2025 e janeiro 2023, por exemplo, alcançou 92 pontos-base na véspera, ante 60 pontos-base no último dia 6.

Composição

Em relação à composição da dívida pública, os títulos que variam com a Selic, representados pelas LFTs, continuaram com maior peso, a 39,60% do total em janeiro, acima dos 38,92% em dezembro.

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Os títulos que variam com a Selic continuaram com maior peso, a 39,60% (Imagem: Unsplash/ @micheile)

No PAF, a indicação é de que esses papeis ganhem ainda mais terreno, passando a responder por 40% a 44% da dívida total em 2020.

Já os títulos prefixados recuaram a 29,52% da dívida, ante 30,97% no mês anterior, e uma meta de 27% a 31% para 2020.

Os papéis indexados à inflação, por sua vez, aumentaram sua representatividade para 26,60% da dívida total, ante 26,04% em dezembro, sendo que a referência para este ano é de 23% a 27%.

No relatório mensal da dívida, o Tesouro também informou que a participação dos investidores estrangeiros na dívida mobiliária interna subiu a 10,89% em janeiro, sobre 10,43% em dezembro.

(Atualizada às 16h58)

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