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Dólar acelera queda a R$ 5,57 após Banco Central sinalizar munição para intervenções

21 maio 2020, 10:39 - atualizado em 21 maio 2020, 10:40
Dólar Câmbio
Dólar cai mais de 2% nesta quinta-feira (Imagem: Reuters/Sergio Moraes)

O dólar engatava queda de mais de 1% contra o real nesta quinta-feira, depois de ter registrado leves ganhos nos primeiros negócios do dia, refletindo a reação dos investidores a comentários do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre a intervenção do BC nos mercados.

Na tarde de quarta-feira, Campos Neto afirmou que a autarquia tem espaço amplo para a venda de reservas internacionais e poderá aumentar sua atuação no câmbio se considerar necessário.

Segundo analistas, a sinalização do BC ajudava a pressionar a moeda norte-americana, que havia sido negociada em alta nos primeiros minutos após a abertura diante de menor apetite por risco no exterior.

“A declaração do Campos Neto mencionou que o Banco Central tem instrumentos pra atuar de maneira mais pesada na moeda”, explicou Flávio Serrano, economista-chefe do banco Haitong, dizendo que o BC pode evitar uma dinâmica excessivamente negativa do real.

Mas, segundo Serrano, a atuação da instituição daqui para frente “depende muito da dinâmica de mercado. O BC tem atuado de maneira clara: só intervém quando há movimentos exagerados”.

Em meio a cenário de juros baixos, incertezas econômicas e tensões políticas domésticas, o dólar acumula alta de quase 40% contra o real no ano de 2020, e chegou a ficar a poucos centavos de superar 6 reais na semana passada. O BC fez intervenções pontuais nos mercados diante desse ambiente, mas alguns analistas dizem que foram medidas muito limitadas.

Roberto Campos Neto
Sinalização de intervenção do presidente do Banco Central contém alta do dólar ante o real (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

Nesta quinta-feira, o Banco Central ofertará até 12 mil contratos de swap tradicional com vencimento em setembro de 2020 e fevereiro de 2021 para rolagem.

Embora o foco continuasse no BC, os investidores também estavam atentos aos novos desdobramentos na retórica entre Estados Unidos e China e a dados que mostraram nova alta nos pedidos de auxílio-desemprego na maior economia do mundo.

No Brasil, a política segue sob os holofotes à medida que os mercados esperam a decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a divulgação de vídeo de reunião que poderia comprometer o presidente Jair Bolsonaro, num momento em que a impopularidade do governo está em máximas recordes.

Às 10:39 (horário de Brasília), o dólar (USDBRL) recuava 2,07%, a 5,5743 reais na venda. O dólar futuro de maior liquidez perdia 1,55%, a 5,608 reais.

No último pregão, o dólar negociado no mercado interbancário fechou em queda de 1,23%, a 5,6902 reais na venda.

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