Elite busca carteira imune ao coronavírus e ao “bolsovírus” em março

Quem acompanha o cotidiano do mercado sabe quanto os analistas são comedidos em seus comentários políticos. Eventuais críticas quase sempre são indiretas e cheias de ponderações.

Por isso, chama a atenção, quando algum relatório atribui explicitamente perdas do mercado às maiores autoridades do país.

Esse é o caso do relatório em que a Elite Investimentos propõe sua carteira recomendada de ações para março. Ao relembrar os piores momentos de fevereiro, a gestora não se restringiu ao pânico causado pelo avanço do coronavírus.

Incluiu, também, as declarações desastradas do presidente Jair Bolsonaro e do chefe da GSI, general Augusto Heleno.

Estresse inútil

“As declarações do presidente Jair Bolsonaro e de seus assessores mais próximos e o desgaste público do ministro da Economia, Paulo Guedes, fizeram com que o principal índice da bolsa brasileira fosse atingido por uma espécie de ‘Bolsovírus’, causando um estrago maior que os vistos por seus pares internacionais”, afirma o relatório.

Assinado pelos analistas Alexandre de Macedo Marques Filho e Fabiano Vaz, o texto acrescenta que “Bolsonaro e seus asseclas continuam insistindo em gerar polêmicas desnecessárias”.

Diante da conjunção do coronavírus e do “bolsovírus”, a dupla decidiu manter todos os papéis recomendados em fevereiro. O motivo é que, para a Elite, não é hora de mudar a estratégia que motivou sua seleção: “muita calma nessa hora e olho nas oportunidades”.

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