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Em crise, Marisa (AMAR3) vê prejuízo disparar 670% no 4T22

31 mar 2023, 20:18 - atualizado em 31 mar 2023, 20:28
Marisa
(Imagem: Renan Dantas/Money Times)

A Marisa (AMAR3) reportou prejuízo de R$ 188,6 milhões no quarto trimestre de 2022, disparada de 669% ante os R$ 24 milhões do mesmo período de 2021, mostra relatório publicado nesta sexta-feira (31).

A varejista terminou ainda o ano com prejuízo de R$ 391 milhões, contra os R$ 93 milhões de 2021.

Por outro lado, a receita líquida ficou estável no trimestre, com queda de 1,6%, a R$ 843 milhões.

“O crescimento do braço de varejo em 11% foi dirigido pelas vendas nas lojas físicas e pelo aumento de ticket medio, após atualizações da pirâmide de preços e do mix de produtos”, discorre.

A administração diz ainda que esse resultado obviamente não satisfaz, mas é o lastro para a segunda etapa do processo de recuperação de rentabilidade, focada na redução de custos operacionais e de fusões e aquisições.

“Do lado negativo, inevitável realçar a operação do nosso braço de serviços financeiros, com crescimento acima do esperado das despesas e ajuste para cima nas provisões para devedores duvidosos”, discorre.

Além dos resultados, a Marisa anunciou uma reestruturação do seu braço financeiro, a partir de medidas que incluem uma capitalização de R$ 90 milhões por acionistas controladores na MPagamentos, segundo fato relevante nesta sexta-feira.

A mudança foi apresentada ao Banco Central, disse a Marisa. A MPagamentos é subsidiária da varejista e atua nos segmentos de crédito e financiamento.

Crise da Marisa

O mercado está ciente de que os problemas da Lojas Marisa não são de hoje. Ao longo dos últimos anos, a companhia engatou diversos processos de reestruturação, levando a uma série de mudanças no quadro da diretoria executiva – movimento bem parecido com o que a varejista está vivendo atualmente.

A companhia voltou a ser um dos principais tópicos do mercado corporativo nas últimas semanas ao anunciar a renúncia de Adalberto Pereira dos Santos à presidência da empresa, além da saída de Marcelo Adriano Casarin como membro do conselho de administração.

Na ocasião, a Marisa também anunciou sua mais nova tentativa de reestruturação. A varejista de moda disse que contratou a BR Partners para assessorá-la no processo de renegociação de seu endividamento junto a credores e a Galeazzi Associados para apoiá-la no aperfeiçoamento da estrutura de custos.

A Marisa elegeu seu novo CEO, João Pinheiro Nogueira Batista, que também foi nomeado para ser o diretor de relações com investidores.

Em paralelo, a empresa nomeou Luis Paulo Rosenberg para assumir interinamente o cargo de presidente do conselho de administração e elegeu Roberta Ribeiro Leal para ocupar o cargo de diretora financeira, tendo sido aceita a renúncia de Renê Santiago dos Santos.

Com os anúncios recentes das demissões de executivos e membros do conselho de administração, a Marisa viu suas ações derreterem mais de 30%. Atualmente, os papéis são negociados na casa dos centavos.

Ricardo Brasil, fundador da Gava Investimentos, reforça que as trocas na diretoria são recorrentes e mostram quão complicada é a situação da Marisa.

“Tem muitos diretores que não querem continuar na Marisa. […] Tem gente que não quer entrar no conselho de administração da Marisa, porque já sabe o tamanho da bomba que vai ser”, comenta.

“O mercado não vê com bons olhos. Já não é a primeira troca. Você tem troca na gestão da Marisa o tempo inteiro. Essa é só mais uma – talvez agravada inclusive pela Americanas (AMER3)”, completa.

Com Diana Cheng

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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