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Em recuperação judicial, 123Milhas deixa ex-funcionários sem dinheiro e a ver navios

31 ago 2023, 20:41 - atualizado em 04 set 2023, 13:38
123Milhas listou ex-funcionários da empresa como credores em pedido de recuperação judicial e trava pagamentos (Imagem: Freepick)

O clima entre os ex-funcionários da 123Milhas, demitidos da empresa de turismo na segunda-feira (28), é de desolação.

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Além de terem perdido o emprego, os ex-colaboradores da agência de viagens, que teve o pedido de recuperação judicial aceito nesta quinta-feira (31) pela Justiça de Minas Gerais, ficarão sem receber os valores pelo tempo trabalhado na 123Milhas.

Ao Money Times, um ex-funcionário, demitido na segunda-feira e que pediu para não ser identificado, contou que no momento do desligamento, uma pessoa do departamento de recursos humanos (RH) disse que a empresa pagaria o salário referente aos dias trabalhados em agosto.

Porém, a mesma pessoa não deu garantias de que os desligados receberiam os valores do acerto. Contudo, a 123Milhas assumiu o compromisso de pagar as pendências a uma parte dos funcionários demitidos e agendou para esta quinta-feira (31) que fossem à sede, em Belo Horizonte (MG), receber os valores.

No entanto, essas pessoas foram informadas por atuais funcionários da empresa de turismo que devem acionar a justiça para receberem seus direitos trabalhistas.

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“Por causa da recuperação judicial, eles [a 123Milhas] não liberou os papéis para conseguirmos sacar o FGTS e dar entrada no seguro-desemprego. Nem isso conseguimos”, disse um dos ex-funcionários ao Money Times, esclarecendo o que valor referente ao trabalhado em agosto foi quitado.

Ex-colaboradores têm recorrido ao LinkedIn para relatar como tem sido a condução da agência de viagens no processo de desligamento deles. Em um dos posts, a pessoa relatou que o RH a informou que a rescisão não seria paga e que as demissões que aconteceram antes do processo de recuperação estão sendo analisados. A homologação da maior parte dos funcionários demitidos está marcada para 11 de setembro.

123Milhas listou ex-funcionários como credores

No documento apresentado à 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte, a 123Milhas alegou ter dívidas de R$ 2,3 bilhões. Motivo pelo qual pediu a recuperação judicial.

O pedido apresentado à Justiça mineira, contendo 7,7 mil páginas, foi solicitado por três empresas: 123 Viagens e Turismo Ltda; Art Viagens e Turismo Ltda e Novum Investimentos e Participações S.A. No documento, consta todos os credores da agência de viagens, incluindo os funcionários desligados.

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“A empresa teve entre 1,5 mil e 2 mil funcionários no início de 2023. Mas ela vem demitindo desde junho. Estive lá [na sede da 123Milhas] na terça-feira e me disseram que ficaria pouco mais de 50 funcionários”, relata o ex-colaborador, acrescentando que os desligamentos ocorreram em todos os departamentos.

Com isso, ele comenta que essas demissões ocorreram por queda na demanda e terceirização dos serviços da 123Milhas.

“O que era verdade. Porque não recebíamos a mesma quantidade de chamados de antes. Além disso, parte dos serviços foram terceirizados e o setor de tecnologia implantou muitas ferramentas que reduziram necessidade de mão de obra”, explica.

A 123Milhas alega ter tido prejuízo líquido de R$ 1,67 bilhão no primeiro semestre de 2023. No mesmo período do ano passado, as perdas haviam sido de R$ 13,1 milhões. Os dados constam no balanço da companhia, entregue à justiça.

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A companhia também reportou ter mais de 16,6 mil processos judiciais contra ela. De modo que esse número deve crescer exponencialmente nas próximas semanas.

Segundo o Estadão Conteúdo, no Reclame Aqui – canal destinado a queixas de consumidores -, a quantidade de reclamações sobre a empresa em agosto já é a maior registrada em um mês em 2023.

Sendo assim, o Reclame Aqui disse ao Estadão que foram publicadas perto de 15,5 mil reclamações entre 18 de agosto, quando a 123Milhas anunciou a suspensão dos pacotes promocionais, e 29 de agosto.

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Desta forma, o total de reclamações este mês chegou a 17,3 mil, número que corresponde a mais de cinco vezes o total registrado em julho, de 3 mil registros.

No ano, o mês com maior número de reclamações sobre a empresa até então tinha sido janeiro, com 6,4 mil queixas registradas.

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Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
flavya.pereira@moneytimes.com.br
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