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Empresa chinesa adquire US$ 155 milhões em hardwares de mineração cripto para expandir operações

10 mar 2021, 11:14 - atualizado em 10 mar 2021, 11:14
WhatsMiner é a série de máquinas de mineração de bitcoin fornecidas pela MicroBT, muito procurada por empresas que desejam aumentar suas operações nesse setor (Imagem: Twitter/WhatsMiner)

Zhongjia Bochuang (ZJBC), empresa chinesa de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), listada na Bolsa de Shenzhen (SZSE), cuja capitalização de mercado é de US$ 900 milhões, está escalando seus investimentos em mineração de bitcoin (BTC).

Em anúncio dessa terça-feira (9), a empresa disse ter firmado uma parceria com a fabricante MicroBT. ZJBC planeja investir até um bilhão de yuans (cerca de US$ 155 bilhões) nos equipamentos de mineração de bitcoin WhatsMiner da MicroBT nos próximos dois anos.

“A escala para o primeiro ano será de pelo menos 20 mil unidades, em que o primeiro lote de duas mil unidades será entregue até maio de 2021”, disse ZJBC.

Fundada em 1997, ZJBC foi uma das primeiras empresas chinesas a entrar para o setor de telecomunicações e agora foca em TICs e serviços financeiros.

Embora a MicroBT tenha contado ao The Block que o plano está na forma de um memorando de entendimento, mostra como outra empresa chinesa, com capital estatal, se tornou cada vez mais pública sobre seus investimentos em bitcoin.

Com base nas declarações corporativas da ZJBC à Bolsa de Shenzhen, cerca de 2,8% do patrimônio da empresa está ligado ao capital estatal chinês.

No último domingo (7), Meitu, fabricante chinesa de aplicativos de tratamento de fotos e listada na Bolsa de Hong Kong (HKEX), afirmou ter adquirido US$ 40 milhões em bitcoin e ether (ETH) como parte de sua gestão de tesouro.

Em dezembro, a plataforma chinesa de loterias on-line 500.com afirmou ter entrado para o setor de mineração de bitcoin após ter escalado suas operações desde o início de 2019.

Porém, o plano de escala da ZJBC não foi uma surpresa total, dado o investimento existente da empresa no setor de mineração cripto. Além disso, seu presidente, o lendário empreendedor Wu Ying, já é um investidor-anjo na MicroBT por meio de seu fundo de investimento.

Segundo as respostas oficiais da ZJBC a perguntas de acionistas publicadas na página da Bolsa de Shenzhen, a empresa anunciou, em 28 de outubro de 2019, que seu presidente era um dos principais investidores na MicroBT e que a empresa lucrava com a mineração de criptomoedas em Sichuan desde 2018.

“Changshi Telecommunication, nossa subsidiária integral, esteve envolvida no desenvolvimento e na manutenção de instalações de computação em blockchain desde 2018 e gerou mais de 50 milhões de yuans [US$ 7,6 milhões] em receita [na época]”, disse a ZJBC na época.

Com base na análise de receita de 2018, a subsidiária Changshi gerou US$ 276 milhões em receita, em que 2,76% estava na forma de negócios de fazendas de mineração.

No primeiro semestre de 2020, Changshi teve uma receita de cerca de US$ 92 milhões para a ZJBC, em que 735 milhões de yuans (US$ 112 milhões) estavam detidos em reservas em dinheiro.

Àqueles que se lembrarem do “boom” tecnológico da China no fim dos anos 1990 e início dos anos 2000, o nome de Wu Ying pode soar familiar, assim como o dispositivo “Little Smart”, desenvolvido pela UTStarcom.

Wu, presidente da ZJBC, considerado o pai da “Little Smart”, cofundou a Starcom em 1991 após ter estudado nos EUA nos anos 1980 e trabalhado no Nokia Bell Labs. Em 1995, a Starcom se fundiu com a Unitech para focar no mercado de telecomunicações.

Em 1996, UTStarcom lançou “Little Smart” na China, um telefone móvel que não era baseado nas redes móveis utilizadas hoje em dia, mas sim no Sistema de Telefones Pessoais de Mão (ou “Personal Handy-phone System”), ou na tecnologia PHS.

Após a UTStar ter sido listada na Nasdaq em 2000, o sucesso do Little Smart na China — que finalizou o ano de 2006 com quase 100 milhões de usuários — gerou à empresa uma receita anual de US$ 2,5 bilhões em seu auge.

Porém, a evolução da tecnologia de redes móveis corroeu as ações de mercado da Little Smart, que foi fechada por reguladores chineses no início dos anos 2010.

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