Mercados

ENGI11, CPFE3, EQTL3, ELET3: A indicação do governo que levou as ações à lona nesta sexta

17 mar 2023, 17:50 - atualizado em 17 mar 2023, 17:51
Elétricas têm dia para esquecer nesta sexta-feira (Imagem: Pixabay/NickyPe )

Os papéis das elétricas tombaram nesta sexta-feira (17), em dia já negativo para o Ibovespa. O papel da Energisa (ENGI11) caiu 6,43%, Equatorial (EQTL3) recuou 5,01%, CPFL (CPFE3) tombou 6,56% e Eletrobras (ELET3) exibiu queda de 4,83%.

A queda ocorre após o Ministério de Minas e Energia confirmar o nome de Efrain Cruz para secretário-executivo da pasta. De acordo com o Portal 360, o nome não era consenso no governo.

Ao Money Times, analistas afirmaram que o nome não é pró-mercado e pode representar um risco para as empresas. Segundo Nelly Colnaghi, analista da Levante Investimentos, Efrain tem um histórico polêmico na Aneel quando era diretor, como o de ser contrário a pareceres técnicos, por exemplo.

“Nesse sentido, o nome de Efrain no ministério aumenta a percepção de risco aos investidores quanto ao setor, o que vem se refletindo no comportamento desses papéis”, discorre.

Efrain é advogado, graduado pela Faculdade de Ciencias Humanas Exatas e Letras de Rondônia (Faro) e especialista em Direito da Energia. Segundo o portal Energia Hoje, foi diretor Aneel e acumulou duas diretorias no grupo Eletrobras: diretor de Gestão Corporativa das distribuidora de Rondônia e do Acre.

Na visão de Gustavo Fabricio, sócio da RPS Capital, Efraim era um nome controverso na Aneel e agora deverá pautar a renovação das concessões de distribuição no MME.

“Distribuidora é altamente regulada, monopólio natural, extremamente competitivo e tem seu ganho já capturado a cada 4/5 anos, não fazendo sentido cobrar novamente por isso. Se o novo secretário optar por cobrar outorga na renovação (o que nunca ocorreu), vai gerar um caos regulatório no setor elétrico, elevando o nível de risco a patamares da MP579 (catástrofe do governo Dilma). O mercado espera dele bom senso, diálogo e sobretudo isonomia com as renovações anteriores”, coloca.

Para Ruy Hungria, analista da Empiricus, pesa ainda contra Efrain antigas decisões desfavoráveis para indenizações das transmissoras e uma inclinação para renovação de concessões de distribuidoras com contrapartidas (redução de RAB (receita anual permitida) ou investimentos acima do normal).

Segundo o Broadcast, do Estadão, entre os principais temas a serem analisados e decididos pelo ministério este ano está a renovação das concessões de distribuição, e Efrain, ex-diretor da Aneel, é tido como alguém que tem como pauta a redução das tarifas de energia.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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