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Petrobras (PETR4) perde R$ 100 bi em valor de mercado desde saída de CEO

17 jun 2022, 20:31 - atualizado em 19 jun 2022, 0:42
Petrobras
Só nesta sexta-feira, a ação caiu mais 7%, perdendo R$ 27 milhões em valor de mercado (Imagem: Money Times/Renan Dantas)

A Petrobras (PETR3;PETR4) acumula perda de R$ 99 bilhões em valor de mercado desde 23 de maio, quando o governo anunciou a troca do CEO, com saída de José Mauro Ferreira Coelho e a indicação de Caio Paes de Andrade, mostra levantamento da Economática/TC.

Só nesta sexta-feira, a ação caiu mais 7%, perdendo R$ 27 bilhões em valor de mercado. Além do desgaste político, a Petrobras também sofreu com o derretimento do preço do petróleo.

As ações do setor petrolífero foram umas das responsáveis por puxar o principal índice da Bolsa de Valores brasileira para o lado negativo no pregão de hoje.

No fechamento, a 3R Petroleum (RRRP3) desabava 9,38%, cotada a R$ 36,80, seguida pela PetroRio (PRIO3), que caia 8%, a R$ 23,24.

Seguindo a mesma maré negativa, a cotação do petróleo despencou nesta sexta turbulenta, por temor de recessão e queda do preço da gasolina nos EUA, perdendo o patamar dos US$ 120.

Os contratos futuros do Brent fecharam em queda de 5,58%, em US$ 113,12 o barril, enquanto o petróleo WTI (negociado nos EUA) perdeu US$ 8,03, ou 6,83%, para US$ 109,56.

Esse foi o menor fechamento para o Brent desde 20 de maio e o menor para o WTI desde 12 de maio.

Nova alta dos combustíveis e a Petrobras

A Petrobras anunciou nesta sexta-feira reajustes de 5,18% para a gasolina e de 14,26% para o diesel, valendo a partir de sábado, mesmo sob forte protesto do presidente Jair Bolsonaro e da classe política em meio à pressão inflacionária em ano eleitoral.

No caso da gasolina, o preço médio de venda para as distribuidoras passou de 3,86 reais para 4,06 reais por litro. A alta ocorre 99 dias após o último reajuste, em 11 de março. Já para o diesel, o valor do litro subiu de 4,91 reais para 5,61 reais, após a estatal ter feito a última alteração há 39 dias.

Com a mudança, a Petrobras reduz a defasagem de seu preço ante o mercado externo, mas ainda venderá os combustíveis com desconto.

Isso apesar de o mercado de petróleo ter tido queda de cerca de 6% nesta sexta-feira, com investidores preocupados com a desaceleração econômica nas principais economias do mundo por conta da alta dos juros.

Em meio a esforços do Congresso Nacional e do governo para reduzir preços por meio da redução tributária, a ação da Petrobras, que pode limitar o efeito da queda de impostos para os consumidores, recebeu críticas até de quem sempre defendeu a paridade de preços com o mercado externo.

“Acho que a Petrobras fez a coisa certa do ponto de vista técnico, mas está faltando sensibilidade à empresa do ponto de vista político e social por conta do momento que o mundo está passando”, disse o consultor Adriano Pires, que chegou a ser indicado neste ano para o posto de CEO da petroleira, mas desistiu por questões de conflito de interesse.

“Qualquer empresa privada e de economia mista sabe que não tem que levar a gestão a ferro e fogo. Tem que ter sensibilidade política, por que não aumentar depois ou aumenta menos? Falta à Petrobras essa sensibilidade…”, disse Pires, citando o “mega esforço” e a “briga” com governadores para reduzir o ICMS.

“Aí vem a Petrobras numa canetada e estraga a festa!?”, afirmou ele, acrescentando que o governo também deveria ter tomado ações prévias para evitar impactos para os consumidores.

O reajuste revoltou a classe política, com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pedindo a renúncia imediata do presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, e dizendo que líderes parlamentares discutirão a possibilidade de dobrar a taxação dos lucros da estatal.

Também pela manhã, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça –indicado para a corte por Bolsonaro— deu cinco dias de prazo para que a Petrobras explique sua política de preços dos combustíveis estabelecida nos últimos 60 meses.

Com Reuters

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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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