Ministério do Esporte

“Esporte eletrônico é uma indústria de entretenimento, não é esporte”, diz ministra; Profissionais repercutem

11 jan 2023, 12:05 - atualizado em 11 jan 2023, 12:05
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Segundo o relatório global publicado pela Newzoo, em 2022, 3,2 bilhões de jogadores ajudaram o mercado global de jogos a gerar US$ 184,4 bilhões (Imagem: REUTERS/Florence Lo)

A ministra do Esporte, Ana Moser, declarou em entrevista nesta terça-feira (10) que considera “eSports”, ou esportes eletrônicos, não como esportes e, por isso, não investirá neste nicho em seu mandato a frente da pasta.

“A meu ver, o esporte eletrônico é uma indústria de entretenimento, não é esporte. Então, você se diverte jogando videogame, você se divertiu. “Ah, mas o pessoal treina para fazer”. Treina, assim como o artista. Eu falei esses dias, assim como a Ivete Sangalo também treina para dar show e ela não é atleta da música. Ela é simplesmente uma artista que trabalha com entretenimento. O jogo eletrônico não é imprevisível. Ele é desenhado por uma programação digital, cibernética. É uma programação, ela é fechada, ela não é aberta, como o esporte”, disse em entrevista ao UOL.

O mercado de eSports movimenta bilhões de dólares por ano e, segundo o relatório global publicado pela Newzoo, em 2022, 3,2 bilhões de jogadores ajudaram o mercado global de jogos a gerar US$ 184,4 bilhões. Houve uma queda em relação a 2021 de 4,3%.

Mas, conforme o relatório, até 2025, esse número crescerá para 3,5 bilhões de jogadores, ajudando o mercado a gerar US$ 211,2 bilhões.

Gamers e personalidades repercutem fala da Ministra

André Akkari, co-proprietário e investidor da Fúria Esports, uma das maiores equipes brasileiras de esportes eletrônicos, comentou que a fala da ministra foi um “show de horrores”.

“Todo dia é uma notícia triste vinda do Brasil em diferentes níveis. No final de semana foi a completa vergonha que alguns imbecis promoveram com a invasão. Hoje a nossa Ministra deu este show de horror com a declaração sobre eSports. Bora dormir e ver o que nos espera amanhã!”, diz.

Bruno Pessoa, CEO da Tero Labs – projeto de levar futebol para o ecossistema de criptoativos e blockchain – e ex-jogador do Flamengo sub-18, diz acreditar que a discussão é válida, mas que é preciso ter cuidado com as comparações.

“Uma pessoa que joga futebol nos fim de semana é considerada atleta? E o que é praticado, é considerado esporte? Essa é a mesma comparação necessária ao comparar um gamer e um atleta de e-sports”, questiona. “É necessário muito treino para chegar ao topo.”

Pessoa diz que, inclusive, o investimento no setor poderia ser uma excelente oportunidade para o governo federal incentivar a prática desse esporte, que cresce mais de 20% ao ano. “Pode ser um ótimo gerador de oportunidades para os jovens do país”, diz.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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