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Esqueça a crise e foque no Itaú, Santander, BB e Bradesco (eles continuarão bem, obrigado)

10 mar 2020, 16:16 - atualizado em 10 mar 2020, 16:16
Bradesco
Proteção: mesmo que aversão ao risco cresça, Bradesco ainda lideraria o potencial de valorização do setor bancário (Imagem: Reuters/Pilar Olivares)

A tempestade perfeita que abateu os mercados nos últimos dias – uma mistura de coronavírus com crise do petróleo – pode chacoalhar, mas não vai abalar os fundamentos das ações dos quatro grandes bancos brasileiros.

A conclusão é do BTG Pactual, que divulgou uma relatório nesta terça-feira sobre a resiliência do setor bancário local, com destaque para Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Santander (SANB11) eBanco do Brasil (BBAS3).

“Acreditamos que há uma boa chance de que o desempenho acima da média [outperform] dos grande bancos continue”, afirmam Eduardo Rosman e Thomas Peredo, que assinam a análise.

Entre os principais motivos de otimismo, o BTG Pactual começa pelo básico: uma maior percepção de risco, causada pela crise, reduziria o capital disponível para as fintechs.

Aversão ao risco

As startups de tecnologia que focam no mercado financeiro são, como se sabe, uma das maiores ameaças à hegemonia dos grandes bancos. Por atuarem num mercado ainda em formação, elas são as que sofrerão primeiro com a fuga de capitais, segundo a dupla do BTG Pactual.

É verdade que a aversão ao risco contamina todo o mercado. Um exemplo é o aumento do CDS (Credit Default Swap), que serve como parâmetro para o famoso “risco-Brasil”.

Mas, segundo o BTG Pactual, mesmo que isso leve os investidores a “cobrarem” mais retorno dos bancos, há bastante espaço para que eles entreguem resultado.

Brasília Congresso
Contaminação: risco-Brasil subiu 60 pontos-base desde o início da crise (Imagem: Agência Câmara)

“Se as taxas de longo prazo subirem, como sugere a alta do CDS, os bancos poderiam apresentar um desempenho acima da média, em termos relativos, quando comparados com outros setores”, afirma o BTG Pactual.

O aumento do risco-país reflete diretamente no chamado “custo de capital para os acionistas” (cost of equity ou Ke).

Trata-se da remuneração mínima que um investidor busca para entrar em uma aplicação. Simplesmente por serem brasileiros, os bancos precisam entregar mais retorno, à medida que o risco-país sobe.

Cenários

Para estimar quanto os quatro grandes bancos gerariam de retorno, caso o coronavírus e a crise árabe-russa se agravem, o BTG Pactual traçou cenários com altas graduais do custo de capital para acionistas e seu reflexo sobre o preço-alvo de cada papel.

O banco observa que, desde 21 de fevereiro, o último dia antes do início do pânico dos mercados, o Ke médio das companhias financeiras do Brasil subiu 150 pontos-base, ou 1,5 ponto percentual (excluindo-se o IRB).

Mas o risco-país, medido pelo CDS de dez anos, subiu bem menos – 60 pontos-base, ou 0,6 ponto percentual, “o que indica, à primeira vista, que a queda das ações parece exagerada”, segundo o BTG Pactual.

A instituição calcula que, mesmo que o Ke suba ainda mais, o retorno oferecido pelos quatro grandes bancos baterá, de longe, outros papéis. No caso do Itaú Unibanco (ITUB4), o potencial de valorização cairia de 61,9% para “apenas” 43,9%.

O upside estimado do Bradesco (BBDC4) recuaria de 50,7% para 40,9%. Para o Banco do Brasil (BBAS3), o recuo seria de 51,4% para 39,7%; e o Santander (SANB11), de 58,1% para 42,2%. Nada mal, para um cenário de aversão ao risco.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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