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“Estamos aproveitando a liquidação da bolsa para comprar”, diz gestor do IP; veja 3 ações de destaque

11 jul 2022, 20:30 - atualizado em 05 ago 2022, 11:20
Market Makers
Gabriel Raoni e Bruno Barreto, gestores do IP, foram os convidados do segundo episódio do Market Makers

A mais recente derrocada da bolsa levou o Ibovespa aos menores múltiplos desde a crise financeira de 2008. O índice negocia a cerca de 6,1 vezes o lucro estimado, bem abaixo da média histórica de 10 anos de 11,6 vezes. E os gestores já perceberam isso.

No segundo episódio do podcast Market Makers, produzido por Thiago Salomão e Renato Santiago em parceria com a Empiricus (controladora do Money Times), os gestores da IP Capital, Gabriel Raoni e Bruno Barreto, dizem que estão elevando posição em ações do Brasil por conta do preço atrativo.

“O fundo IP Participação no ano passado estava três quartos com investimentos em ações lá fora. Agora, estamos dois terços aqui. Gradualmente, estamos aproveitando o sistema de liquidação que está acontecendo no mercado brasileiro”, afirma Raoni.

Porém, ele ressalta que o Brasil é um país “traiçoeiro”.

“Para investir aqui, é preciso ter carne. Brasília está sempre atrapalhando, é cíclico. Estamos 10 anos sem crescer renda per capita e as empresas têm dificuldade de se expandir. Sempre exigiu mais retorno e esse momento está chegando”, completa.

Veja o episódio na íntegra, onde os gestores também falam de BTG, XP e o “efeito nocivo” causado pela Petrobras:

Seletividade

Mas não pode ser qualquer empresa, diz o gestor. A IP aposta na estratégia de value investing, ou investimentos de valor.

Entre os princípios da gestora, está investir em companhias geridas por empresários honestos e competentes, com endividamento sob controle e negociado por um preço adequado.

“Precisa ser muito seletivo. São pouco os negócios no Brasil com crescimento estrutural a longo prazo com ambiente competitivo”, explica Raoni.

Ele pontua que se for considerar as 500 empresas listadas no Brasil, apenas 20 nomes possuem oportunidades de crescimento a preços atraentes.

“E desses 20 nomes, essas ações foram sempre muito cobertos e precificados. E o que está acontecendo agora é que mesmo boas empresas, estão negociando a valuation bem atraentes”, completa.

Market Makers
“Estamos comprando na baixa. Gostamos do setor de saúde, é um serviço indispensável”, ressalta Raoni (Imagem: Market Makers)

Ações de destaque

Entre os papéis, os gestores destacam o setor de saúde, mais especificamente ações da Rede D’or (RDOR3) e Hapvida (HAPV3).

“Estamos comprando na baixa. Gostamos do setor de saúde, é um serviço indispensável. Essas empresas ficaram mais forte durante a pandemia”, ressalta Raoni.

No ano, os papéis de Rede D’or acumulam queda de 30% e tombo de 50% em relação ao IPO, realizado em 2020. Hapvida cai 34%.

Ele lembra que a saúde passou por desarrumação por conta da Covid-19, que interrompeu cirurgias eletivas e elevou a sinistralidade dos planos.

O gestor compara o atual momento do setor à Medida Provisória 579, editada em 2012 pela então presidente Dilma Rosseff, e que bagunçou o sistema elétrico.

“Esse período foi o melhor momento para comprar empresas elétricas bem geridas. O setor de saúde passou por uma confusão de resultados por causa da pandemia. Estamos em um bear market, estão as pessoas ficam mais impacientes”, argumenta.

O gestor ainda coloca que as companhias possuem vantagem competitivas crescentes.

“Essas duas empresas fizeram fusões importantes. Com isso, elas tendam resolver parte do problema. Planos de saúde estão cada vez mais acessíveis, então repasse preços menores aos clientes. São vencedores no longo prazo”, completa.

Veja o episódio na íntegra, onde os gestores também falam de BTG, XP e o “efeito nocivo” causado pela Petrobras:

De volta ao Itaú

Raoni conta que após liquidar posição no Itaú (ITUB4) em 2018, os fundos da IP voltaram a comprar ações da empresa.

“Os valuations estão muito baixos. O fenomenal resultado de Itaú em 20 anos é por conta da capacidade do banco de investidor o seu capital a um ROE (retorno sobre patrimônio) de 20%, de ficar mais forte em crises, de reinvestir o lucro. O Itaú aloca muito bem o capital, tira o coelho da cartola em situação de adversidades”, assinala.

Barreto diz ainda que o banco tem desafios pela frente, como a enxurrada de fintechs que apareceram no mercado, mas, em sua visão, o banco vem encarando-os de frente.

“E alguns deles, não vai conseguir. Basicamente, o mercado, de modo geral, colocou o Itaú no saquinho do lixo. Eu não acho que o Itaú é tóxico. É um banco super bem tocado e é muito lucrativo”, completa.

Ganhadores

O IP Participações, lançado em 1994, um dos primeiros fundos de uma asset independente no Brasil, acumula rentabilidade de mais de 16.000% desde o início do Plano Real, ou seja, R$ 100 mil investidos nos fundo em julho de 1994 se transformaram em mais de R$ 16 milhões.

A última perda anual do fundo ocorreu em 2008 – quando houve a grande crise global do subprime. Desde o Plano Real, o fundo só teve perdas em três anos – contra 11 anos de retornos negativos do Ibovespa. Nos últimos cinco anos, tem retorno de 41%.

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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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