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Etanol supera a gasolina em 14 estados, mas sofre em outras áreas do Brasil; entenda os motivos

01 abr 2024, 13:14 - atualizado em 01 abr 2024, 13:14
etanol gasolina
Para analista da StoneX, um dos principais fatores com relação à competitividade do etanol frente a gasolina fica pela oferta; veja (Foto: Reuters/Adriano Machado)

Vale mais a pena abastecer com etanol do que com gasolina em 14 estados e no Distrito Federal. Os dados são da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), com base nos preços entre 17 de março e 23 de março.

Compensa mais abastecer com o biocombustível no lugar da gasolina quando o preço do etanol responde por até 70% do combustível fóssil. Por outro lado, o etanol sofre para ganhar força em outros estados do Brasil.

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Entre os estados onde é mais vantajoso abastecer com o etanol, a maioria se concentra entre as regiões do Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, grandes polos produtores de milho e cana-de-açúcar.

Recentemente, foi aprovado o PL do Combustível do Futuro, que pode ser um impulso para os preços do etanol, já que a mistura de gasolina no biocombustível pode passar de 27% para 30%.

Etanol x Gasolina: Veja onde é melhor abastecer

Estados Etanol hidratado (R$/L) Gasolina comum (R$/L) Paridade (%)
Acre 4,72 6,88 68,6
Alagoas 3,81 5,62 67,79
Amapá 5,19 5,6 92,68
Amazonas 4,03 5,74 70,21
Bahia 4,16 5,99 69,45
Ceará 4,56 6,09 74,88
Distrito Federal 3,62 5,83 62,09
Espírito Santo 4,05 5,82 69,59
Goiás 3,8 5,85 64,96
Maranhão 4,13 5,44 75,92
Mato Grosso 3,19 5,89 54,16
Mato Grosso do Sul 3,42 5,57 61,4
Minas Gerais 3,58 5,62 63,7
Pará 4,18 5,77 72,44
Paraíba 3,82 5,62 67,97
Paraná 3,85 5,99 64,27
Pernambuco 4 5,7 70,18
Piauí 4,04 5,47 73,86
Rio de Janeiro 3,98 5,73 69,46
Rio Grande do Norte 4,61 6,16 74,84
Rio Grande do Sul 4,39 5,72 76,75
Rondônia 4,84 6,38 75,86
Roraima 4,82 6,05 79,67
Santa Catarina 4,23 5,89 71,82
São Paulo 3,42 5,6 61,07
Sergipe 4,25 6,1 69,67
Tocantins 3,97 5,89 67,4

A força do etanol e os gargalos do biocombustível

De acordo com Marcelo Bonifácio, analista de açúcar e etanol da StoneX, o grande ponto para o mercado do biocombustível e sua competitividade frente à gasolina fica para o lado da oferta.

“Estados que não possuem produção de etanol sofrem bastante em termos de custo, possuem sim uma disponibilidade do hidratado nas bombas, mas com preço maior – seja pela menos disponibilidade, seja pelos maiores custos com frete, por exemplo. Por isso a gente vê Sudeste e Centro-Oeste com essa paridade bem vantajosa ao etanol, regiões onde estão a produção de etanol”, explica.

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Ele ressalta que no Centro-Oeste existe ainda o etanol de milho com grande excedente de produção em termos regionais, e uma gasolina um pouco mais cara frente a média por ser uma região longe de refinarias e de portos importadores de gasolina.

“No resto do Brasil, a oferta fica muito sujeita às transferências do Centro-Sul para outras regiões e de uma safra de cana menor. No Nordeste, Alagoas é um polo canavieiro relevante, assim como Pernambuco e Bahia. Os preços do etanol mesmo nessas regiões produtoras competem em certa medida com o etanol de São Paulo, em pico de safra, por exemplo, tanto que a gente observa uma paridade abaixo de 70% em alguns estados do Nordeste (Alagoas, Bahia). Mas isso é incomum historicamente”, avalia.

O que esperar para o mercado em 2024?

No momento, o mercado está no aguardo do início da safra 2024/2025 no Centro-Sul, com algumas usinas já em operação desde março.

“No primeiro trimestre de 2024, o etanol chegou a ver queda nos preços, uma vez que os estoques estão nas máximas históricas no Centro-Sul, mas o momento é majoritariamente altista por conta do nível de demanda. O primeiro bimestre do ano já observou elevados patamares de consumo de hidratado nas bombas, e isso deve ser o padrão em 2024”, discorre.

Com uma menor safra de cana-de-açúcar e um mix mais açucareiro, em razão dos melhores preços, a demanda deve ser um fator relevante de pressão altista no ano, com um cenário mais provável de estoques sendo normalizados ao longo do primeiro semestre de 2024.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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