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Ether (ETH) vai derreter após o Shangai Fork? entenda a próxima atualização da Ethereum

14 jan 2023, 12:00 - atualizado em 11 jan 2023, 20:43
Ethereum ETH Shangai Fork
O grande medo é de, após a atualização, os usuários que validam as transações na rede por meio do staking retirem e vendam no mercado, puxando o preço do token para baixo (Imagem: Unsplash/Bastian Riccardi)

A rede Ethereum (ETH) irá passar por uma atualização importante em meados de março deste ano. Trata-se do Shangai Fork que, entre outras medidas, busca implementar um sistema de retiradas de Ether em staking da Beacon Chain.

A chegada do The Merge – mesclagem da Beacon Chain, camada de consenso Proof of Stake com a camada de execução da rede – trouxe uma preocupação aos investidores de varejo.

O motivo é que, até então, aqueles que desejam fazer staking de seus tokens na Beacon Chain precisam deixar seus tokens travados. Apesar de existir soluções de staking líquido como o protocolo da Lido (LDO), uma quantia relevante ainda está travada na rede.

O movimento de staking é quando um usuário ajuda na validação das transações de uma rede blockchain travando seus tokens para que verifiquem a autenticidade daquele código. O usuário recebe recompensas no formato daquele token que travou na rede.

O grande medo é de, após a atualização, os usuários que validam as transações na rede por meio do staking retirem e vendam no mercado, puxando o preço do Ether para baixo.

Shangai Fork vai derrubar o preço do Ether (ETH)?

Entretanto, para Rony Szuster, analista do mercado Bitcoin, não é bem assim que funciona. Segundo ele, no início era esperado um grande despejo, uma vez que a Beacon Chain foi lançada em dezembro de 2020, e quem fez staking nesta época está no lucro com seus rendimentos.

O momento de mercado também corrobora com a narrativa. A baixa liquidez e derrubada dos preços poderia ser um forte incentivo de venda destes tokens, que agora estariam livres.

“Mas conversando com outros analistas, e lendo um texto da Messari, são colocados alguns pontos que indicam que o despejo não será tão grande quanto estamos pensando. Talvez até irrelevante”, comentou.

Entre os motivos citados por Szuster está o limite de saques por dias que será imposto aos validadores por motivos de segurança da rede. Será um limite de 1.507 validadores, ou cerca de 50 mil Ethers, podem sair da Beacon Chain por dia.

“É colocado que essa pressão vendedora que o Ether teria, seria muito similar a pressão vendedora dos mineradores antes do The Merge. Muitos vão vender, mas nada que a rede já não tenha passado antes”, coloca.

Outro motivo trazido por Szuster, ele levanta o dado que cerca de 60% dos validadores colocaram seus tokens no primeiro ano antes do The Merge, setembro de 2020 até setembro de 2021.

“Esses caras, eu me incluo nessa contagem, são pessoas que acreditam muito no projeto, fazem análises fundamentalistas e que não vão querer tirar os Ethers do staking. Eu, por exemplo, vou querer deixar meus Ethers lá. Não estou precisando de liquidez e quero que eles rendam”, aponta.

O terceiro motivo está relacionado justamente aos protocolos de staking líquidos, como a Lido e a Rocketpool. Para o analista, os traders não precisam esperar os saques do Shangai Fork para fazer trade. “Você pode simplesmente usar este derivativo líquido do Ether”, diz.

Existe risco de profecia auto-realizada?

Um cenário que pode ser provável é a “profecia auto-realizada”, onde o medo do despejo de Ether ser tão grande pelo mercado, que a força vendedora entre mais forte próximo a data.

Para Rony Szuster, é uma possibilidade. “E isso é muito comum no mercado cripto. As pessoas são muito levadas por essas narrativas. Mas, de novo, existe um limite de Ether que poderá ser sacado por dia, então isso não causaria uma espiral da morte”.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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