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Ethereum (ETH): o The Merge pode dar errado? O que acontece caso não der certo

10 set 2022, 16:00 - atualizado em 09 set 2022, 18:23
Ethereum Merge ETH
(Imagem: Pixabay/Dean Crosby)

Muitos analisam a chegada do The Merge – atualização da rede Ethereum (ETH) – como uma potencial destrava de valor para o token Ether, mas em um cenário onde a atualização é implementada com sucesso. Outros temem que, se der errado, o preço possa despencar.

A atualização está prevista para acontecer na próxima quarta-feira (14), e muitos já estão se posicionando conforme analisam as métricas dessa atualização. O cenário de que o The Merge falhe, é pouco provável, mas possível.

Tanto é possível, que as opções de venda do ativo ultrapassam as do Bitcoin (BTC) no mercado de derivativos.

O The Merge pode puxar todo o mercado cripto para preços mais elevados, comenta Tasso Lago, gestor em fundos privados de criptomoedas e fundador da Financial Move.

Apesar de existir riscos do ponto de vista técnico, foram bastante mitigados por haver uma grande quantidade de testes antes da implementação final, conforme Fabricio Tota, Diretor de Novos Negócios do Mercado Bitcoin.

“Depende dos validadores atualizarem seus nós também. algo que já tem sido feito, tudo indica que será tudo tranquilo. Por outro lado, os diversos tokens e projetos que funcionam na rede também precisam participar da migração”, diz.

Conforme explica, um dos riscos existentes é o de algum projeto decidir não migrar para a nova rede, e continuar na antiga. Neste caso, o token valerá na antiga e não na atualizada.

“É algo que a gente não imagina que possa acontecer, o risco é muito reduzido, mas existe o movimento de manter a rede proof of work [rede antiga] funcionando. Mas a troco de que? Serão novos projetos? Eles também irão bifurcar?”, questiona.

Ele explica que é uma mudança sobretudo muito grande e muitos precisam estar por trás para funcionar.

“É um momento delicado para acompanhar o que vai acontecer, tanto na parte técnica quanto na de negócios”, finaliza.

Confusões e bugs

Em relação à parte técnica, Axel Blikstad, sócio fundador e CEO da BLP Crypto, comenta que foram realizados tantos testes ao longo destes últimos dois anos que é difícil acreditar que eles não tenham se preparado para tudo, mas que o risco ainda existe.

“Outro cenário é a existência de bugs no código de Proof of Stake, ação de hacker e outros episódios desta natureza. Tudo pode acontecer!”

Se der errado, nas primeiras 24 horas, com poucos blocos montados poderiam  “simplesmente” usar a rede antiga e voltar para estaca inicial ou mesmo podem vir a encontrar erros que sejam percebidos apenas dias depois e corrigidos pontualmente, conforme ele.

“Mas a confiança desaba se algo transcorrer errado o que impactaria também no preço, machucando o ecossistema todo”, diz. 

Um risco grande pode vir do próprio investidor, por isso é preciso estar atento às mudanças que ocorrerão na rede, segundo Blikstad.

“É possível criar um paralelo, por exemplo, quando houve os forks do Bitcoin no passado.  Se não houver replay protection, você poderia, eventualmente, perder os ativos que você tem controle com as suas chaves privadas“, explica.

“Entendo que a mudança pode vir a criar muita confusão na localização de em qual chain [cadeia] está o meu NFT, em qual chain está o meu stablecoin. Pessoas pouco familiarizadas no dia a dia poderão ter muita dúvida e, eventualmente, encaminhar um ativo para rede errada, perdendo seu valor”, alerta. 

A mesma coisa aconteceu com o Bitcoin Cash e houve relatos de pessoas que mandavam para outras wallets, de confusões entre os usuários neste sentido, exemplifica o gestor.

Liquidações em massa na Ethereum (ETH)

Matheus Cavalcanti, Head de Crypto da Atom S.A, diz que, primeiramente precisamos entender o que é o “The Merge” para depois apontar os problemas que podem acontecer durante a transição do Ethereum para o Ethereum 2.0.

“A rede ethereum atual enfrenta grandes problemas por conta do seu tamanho e propósito. Transações muito caras, limitações da rede, necessidade de equipamentos com alto poder de processamento e gastos elevados com energia estão entre os principais problemas da rede”, explica.

Para ele,a mudança de Proof-of-work para proof-of-stake ajudará de forma significativa a eficiência energética da Ethereum, já que a blockchain é assegurada por validadores, selecionados pelo staking de tokens.

“O grande problema do The Merge, é que ele mexe no coração do Ethereum com a rede funcionando a todo vapor, ou seja, a mudança em toda a estrutura do Blockchain será realizada sem qualquer pausa em seu funcionamento e qualquer erro na ou instabilidade pode afetar seriamente o sua estrutura e credibilidade”, explica. 

Caso o processo de alteração da rede não aconteça por alguma falha em sua transição, poderá acender uma luz de cautela dos investidores.

Esse temor pode gerar uma liquidação de posições em massa, um efeito cascata com consequências inimagináveis, conforme o analista.

“Além disso, recuperar a confiança dos investidores e desenvolvedores da rede levaria um bom tempo. Porém, se as alterações forem concluídas com sucesso, a rede poderá crescer tanto a ponto de desbancar o BTC e se tornar a maior criptomoeda do mundo”, finaliza.

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Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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