Mercados

EUA: menor inflação em um ano pavimenta caminho para ciclo menos agressivo

13 dez 2022, 13:46 - atualizado em 13 dez 2022, 13:51
Inflação
Inflação de novembro traz boas notícias para a alta de juros (Imagem: Shutterstock)

Anotando o menor avanço da inflação desde novembro de 2021, o CPI americano divulgado nesta terça-feira (13) repercute positivamente nos mercados internacionais e domésticos, à medida que abre espaço para um aperto monetário mais suave daqui em diante.

Em Nova York, o CPI embasa um ímpeto de alta para os três índices acionários, com o Nasdaq chegando a operar acima dos 3,20% nos momentos iniciais do pregão.

O mercado de títulos da dívida pública americana também sentiu o impacto do dado e o realinhamento de expectativas para os juros a partir dele.

As T-bills com vencimento de 2 anos experimentando a maior queda em rendimentos em cerca de um mês: de ontem para hoje, os títulos passaram a render de 4,401% para  4,147%.

Por aqui, o indicador ainda coloca fôlego no Ibovespa (IBOV), que sobe 0,5%.

Inflação nos EUA: ‘O pior já passou’

Ao subir apenas 0,1% na comparação mensal, o menor nível em 12 meses, o indicador desidratou a inflação acumulada de 12 meses de 7,7%, registrada em outubro, para 7,1%.

O dado do dia dá continuidade ao movimento descendente da inflação, após esta ter atingindo o pico de 9,0% em junho deste ano. “O pior já passou”, diz Victor Cândido, economista-chefe da RPS Capital.

O economista salienta o impacto do recuo da inflação de bens e energia para o resultado do mês, como um reflexo direto da reorganização das cadeias de valor.

William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, nota que um ponto de preocupação continua sendo o setor de acomodação/habitação, que tem se mostrado pouco responsivo à tendência de desaceleração dos preços e a piora do poder de compra dos consumidores.

Aumento de 0,50 pp. em dezembro e 0,25 pp. em fevereiro

O ritmo mais vagaroso da inflação apontado pelo CPI de novembro coroa a bateria positiva de leituras do último mês e consolida o caminho para um aumento de juros mais moderado a partir do encontro de hoje e de amanhã dos membros do Fomc.

De acordo com o Fed Funds, que une as instituições financeiras depositárias do BC americano, há uma posição de quase unanimidade em torno do incremento de 0,50 ponto percentual nesta reunião de dezembro, elevando a taxa de juros para a faixa de 4,25-4,50%.

A leitura positiva da inflação também influenciou as expectativas dos agentes quanto à decisão monetária marcada para fevereiro de 2023.

Ainda segundo a taxa diretora dos EUA, há mais de 50% de chance de que a primeira reunião do próximo ano acompanhe um incremento já menor, de 0,25 ponto percentual, na taxa-base de juros.

De toda forma, William Castro relembra o que Jerome Powell e seus colegas não deixam os mercados esquecerem: a missão do Federal Reserve é achatar a inflação de volta para a meta de 2%, nível ainda distante dos 7,1% hoje registrados.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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