Mercados

Exterior endossa realização de lucros e Ibovespa cai em dia cheio de balanços

30 jul 2020, 17:09 - atualizado em 30 jul 2020, 18:14
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O Ibovespa fechou em queda de 0,56%, 105.008,70 pontos (Imagem: B3/Linkedin)

 O clima negativo nos mercados no exterior abriu espaço para investidores embolsarem lucros na bolsa paulista nesta quinta-feira, um dia após o Ibovespa (IBOV) fechar acima dos 105 mil pontos pela primeira vez desde março.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou em queda de 0,56%, 105.008,70 pontos. No pior momento, chegou a 103.919,94 pontos. O volume financeiro somou 29 bilhões de reais.

Na quarta-feira, o índice encerrou em alta de mais de 1% e acima dos 105 mil pontos pela primeira vez desde o começo de março, que marca o começo da crise desencadeada pelo coronavírus no país.

“Foi um dia de realização nos mercados”, afirmou o diretor de Investimentos da Kilima Gestão de Recursos, Eduardo Levy, avaliando que o foco nesta sessão voltou-se para a queda do PIB norte-americano, que foi um pouco menor do que o previsto, mas ainda assim “histórica”.

O Produto Interno Bruto dos EUA despencou 32,9% em taxa anualizada no trimestre passado, declínio mais forte da produção desde que o governo começou a registrar os dados em 1947, informou o Departamento do Comércio. Economistas consultados pela Reuters projetavam recuo a uma taxa de 34,1%.

Em Wall Street, o S&P 500 fechou em queda de 0,375%, tendo ainda no radar nova alta nos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA e declarações do presidente Donald Trump, aventando a possibilidade de adiamento das eleições norte-americanas previstas para novembro.

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Em Wall Street, o S&P 500 fechou em queda de 0,375% (Imagem: REUTERS/Lucas Jackson)

Na visão do analista da Ativa Investimentos Ilan Arbetman, refletiu o comportamento de investidores mais receosos com a perspectiva global, mas também a repercussão a balanços de companhias no país. E não foram poucos, com a pauta do dia incluindo blue chips como Bradesco e Ambev.

Destaques

Vale (VALE3) caiu 2,67%, mesmo após reportar lucro líquido de 995 milhões de dólares no segundo trimestre e retomar política de dividendos. O papel fechou na véspera em máxima histórica, a 62,95 reais, com uma alta na semana até então de 7,4%. A mineradora ainda disse que segue buscando suas metas de produção de minério de ferro em 2020 e tem um “plano claro” para retomar capacidade de 400 milhões de toneladas ao ano da commodity em 2022.

Bradesco (BBDC4) recuou 3,5%, após queda de 40,1% no lucro do segundo trimestre com aumento de provisões para inadimplência. A fraqueza na ação vem após acumular alta de mais de 7% nos primeiros três pregões da semana. Para o presidente-executivo, Octavio de Lazari Júnior, “não é possível ter uma visão (clara) ou dizer que o pior já passou.” No setor, Itaú Unibanco (ITUB4) caiu 1,7% e Banco do Brasil (BBAS3) perdeu 3,2%.

Petrobras (PETR4) perdeu 1,51%, na esteira da queda dos preços do petróleo, antes de divulgação do balanço trimestral, previsto para após o fechamento desta sessão. A companhia vai lançar 950 milhões de reais no resultado do segundo trimestre, referente a um acordo de pagamento ao fundo Petros pelo fim de litígio arbitral relacionado à Sete Brasil. Também reduzirá o preço médio da gasolina em suas refinarias em 4% a partir de sexta-feira.

Pão de Açúcar (PCAR3) fechou em baixa de 6,27%, vindo de ganhos de cerca de 5% na semana, tendo de pano de fundo queda de 20,3% no lucro líquido do segundo trimestre, impactado por operações descontinuadas, apesar de crescimento expressivo nas vendas em meio à pandemia do novo coronavírus.

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Pão de Açúcar fechou em baixa de 6,27% (Imagem: Money Times/ Gustavo Kahil)

Ambev (ABEV3) encerrou em baixa de 3,96%, após ver seu lucro cair pela metade no segundo trimestre, com queda em margens. A fabricante de bebidas disse vê melhora nos volumes depois de atingir o fundo do poço em abril e que está confiante em sua capacidade de se recuperar, mas que as margens devem demorar um pouco mais para melhorar, uma vez que as condições de mercado provavelmente seguirão desafiadoras no segundo semestre de 2020.

Localiza (RENT3) disparou 10,85%, em meio a declarações de executivos da empresa de que todos os segmentos atendidos estão mostrando algum crescimento no início deste trimestre e que o grupo poderá ter uma recuperação gradual na margem de lucro até setembro. A Localiza divulgou na noite da véspera queda de 53% no lucro líquido do segundo trimestre, mas revelou dados que indicam que o pior da crise gerada pelas medidas de isolamento social ficou para trás.

Cosan (CSAN3) subiu 4,82%, com fechamento recorde a 88,10 reais, com expectativas a potenciais IPOs de subsidiárias. De acordo com o blog Brazil Journal, a Cosan contratou bancos para o IPO da Compass, sua subsidiária para investimentos no setor de gás e energia, em transação que deve levantar até 5 bilhões de reais. Após a divulgação pelo blog, a Cosan anunciou durante o pregão que a Compass pretende apresentar, nos próximos dias, pedido de registro para seu IPO.

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